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O que a nação espera de Sarney

O que a nação espera de Sarney

01/07/2009 Dirceu Cardoso Gonçalves

Envolto nesse mar de irregularidades, o respeitado homem público, senador José Sarney está, cada dia, mais fragilizado. Hoje já não conta com o apoio das altas expressões do seu próprio partido e acaba de perder a sustentação do DEM.

Setores governistas, responsáveis pela sua terceira eleição à presidência do Senado, também já dão sinais de saturação e poderão, também recuar. É mais uma crise que praticamente para a principal casa legislativa do país e pode trazer prejuízos incalculáveis à nação. O chamado “poder moderador” da República está combalido e assim não pode continuar. A crise instalou-se através da descoberta dos atos secretos utilizados ao longo dos últimos 15 anos para sonegar à população a informação sobre nomeações de parentes de figurões, pagamento de altas gratificações e outras medidas que, chegando ao conhecimento do povo, poderiam provocar reações contrárias. A utilizar esses expedientes por mais de 600 vezes, o Senado afrontou a gênese da administração pública, que é a transparência e a publicidade de todos os atos.

Tudo, para valer, tem de sair no Diário Oficial. Assim que começaram as apurações, o presidente Sarney foi enfático ao dizer que o problema era do Senado e não do presidente do Senado. Foi o suficiente para que encontrassem irregularidades que têm a ver com ele próprio e sua família, tais como o oferecimento de moradia funcional à viúva do seu ex-motorista, o pagamento de alto salário para o mordomo da casa de sua filha e, mais recentemente, a autorização supostamente privilegiada para que seu neto intermedie empréstimos e outras operações financeiras com os funcionários do Senado, que não são poucos. Com sua longa carreira política, José Sarney já foi tudo o que quis na vida. Deputado por diversas vezes, governador do Maranhão, senador pelo seu Estado e agora pelo Amapá e presidente da República, num golpe de sorte onde saiu do partido que sustentava o decadente regime militar, formou com a oposição, candidatou-se a vice e assumiu o governo porque Tancredo Neves adoeceu na véspera da posse e depois morreu.

Antes já havia feito a proeza de ser líder do governo Janio Quadros na Câmara Federal, sobreviver politicamente quando este renunciou e, ainda, tornar-se homem forte do regime de 64. Detentor dessa extensa e incomum biografia, o senador não deveria estar tão apegado à presidência do Senado, como tem demonstrado. Deveria afastar-se para permitir a apuração isenta daquilo que lhe imputam como irregularidades e, provando em contrário, retornar por cima. Jamais manter-se no cargo em prejuízo da fluidez dos trabalhos do alto parlamento e da própria República. Quem não deve não teme e precisa ter a certeza de que, cedo ou tarde, a verdade sempre acaba aparecendo, vencedora. Espera-se de José Sarney uma verdadeira atitude de estadista. Que, neste momento, não olhe apenas para o próprio umbigo. Toda a nação está à sua volta e esperando uma atitude de grandeza, compatível com a de um grande homem público.

*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves –  diretor da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)



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