Conservadorismo e Fusionismo
Conservadorismo e Fusionismo
Os conservadores tupiniquins (que estão mais para neoconservadores) atiram constantemente no próprio pé ao defenderem a moralidade imposta à sociedade brasileira.
A esquerda, em seu sucesso de dominação ideológica, prega a liberdade individual, o que causa extrema hostilidade para com os conservadores, impedindo mais adeptos para o conservadorismo. Nesse país, onde velhos cagões e senis pregam um conservadorismo ao estilo “badass” (para os desconhecedores do termo, durão, alguém que é considerado “fodão”) de ser, por colocar palavrões entre suas objeções e argumentações, mas não tem coragem de vir morar pra cá; e onde seus seguidores papagaios falam #EleTemRazão, votando em Bolsonaros, a demonização de suas ideologias e de suas ações são efeitos já esperados (e para nós libertários, muito bem-vindos).
Eis que eles não aceitam de boa vontade o contrato voluntário mutual entre duas pessoas de mesmo sexo (casamento), pela extrema vigilância da vida alheia conforme os seus preceitos morais, muitas vezes justificados com as frases “É agenda da esquerda!”, “É coisa do Foro de São Paulo!”. Tem o estado tanto poder assim, a ponto de interferir em relações intimas entre dois indivíduos, com a justificativa da moral (algo que varia de individuo para individuo) adotada pelo estado ser infringida? Conservadores são autoritários enrustidos, assim como os esquerdistas.
A tendência conservadora é cada vez mais o crescimento do estado (o agressor primário do indivíduo), visando à conservação da moral imposta. Logo, o estado irá começar a interferir cada vez mais na economia, banindo produtos (drogas) e serviços (meretrício, prostituição), e cada vez mais ditar valores objetivos por meio da força em definições que são subjetivas por natureza (a definição da família é um exemplo). Além de gerador de estatismo, o conservadorismo também é gerador de problemas sociais. Um exemplo disso é que a proibição das drogas gera cartéis ditos criminosos na perspectiva estatal conservadora, outro exemplo é a venda de órgãos que geraria um mercado, o que poderia possibilitar uma pessoa a amenizar sua situação financeira temporariamente.
Tais fatos expressados acima tornam impossível o sonho de uma oposição unificada no Brasil; o adorado e fantasioso “Fusionismo”, onde libertários desfocados aderem constantemente aos ideais conservadores. Um libertário que come junto com estatistas morais nunca será um libertário, uma vez que o libertarianismo é uma espécie de conservadorismo moral da moral libertária e, portanto incompatível com qualquer tipo de estatismo. Um libertário fusionista é equivalente a um esquerdista libertário, que por sua vez é equivalente a um circulo cúbico. Ou é conservador, ou é libertário. Não existe meio termo.
Tais passeatas e manifestações com caráter fusionista, não passam de mera baderna, tanto literalmente, quanto em caráter ideológico. O fusionismo é um câncer que deve ser combatido arduamente, sendo desassociado do libertarianismo. O purismo e foco é algo essencial para a causa da liberdade. Fusionismo só serve para desvirtuar lentamente aquilo que podemos chamar de libertarianismo. Quanto mais fusionismo, mais aberrações ideológicas serão geradas a partir do choque ideológico conflitante do libertário contra o conservador.
Resumindo o fusionismo em uma só frase: “É a manifestação da falta de pureza e de foco na liberdade, é o pretexto para “libertários” serem estereotipados com o mesmo estereotipo odioso dos conservadores, é a vitória do autoritarismo moral sobre a liberdade moral.”. Conservadores não são, e nunca serão bem vistos sobre o viés libertário, embora compartilhem raras concordâncias com a liberdade.
* Watson Bandeira é Estudante e Colunista do Portal Liberdade em Foco.