Indústria de cimentos da América Latina desliza em superfície irregular
Indústria de cimentos da América Latina desliza em superfície irregular
Na indústria de cimentos, a demanda reflete em geral as perspectivas de crescimento econômico.
O consumo de cimento está fortemente relacionado à construção residencial e não residencial, incluindo novos edifícios comerciais, de varejo, e industriais, bem como ao reparo e reforma e a projetos de infraestrutura.
Na realidade, o crescimento do PIB está proximamente relacionado à atividade da construção, mesmo considerando a existência de uma defasagem que varia tipicamente de três a seis meses.
Por esse motivo, a base não tem sido sólida para os produtores de cimento latino-americanos recentemente. As tendências macroeconômicas para a América Latina permanecem em geral fracas, refletindo principalmente a forte recessão no Brasil, o fraco crescimento nas outras economias da região, e as moedas ainda relativamente desvalorizadas.
A inflação acima da meta em alguns países, combinada às receitas mais baixas do governo, deve manter a política monetária e fiscal relativamente apertada nos próximos trimestres na região. Embora o crescimento esteja estabilizando na maioria dos casos, esperamos que o PIB da região contraia 0,9% em 2016 e cresça apenas 2,0% em 2017, refletindo primordialmente uma recuperação gradual nos preços das commodities.
Para a indústria latino-americana de materiais de construção, em especial a de cimentos, todos esses fatores contribuem para as condições de mercado adversas. Novas construções residenciais e projetos de infraestrutura são responsáveis pela maior parte da demanda de materiais de construção, embora as primeiras tenham representado a maior parte da atividade da região nos últimos anos.
Contudo, as novas construções residenciais apresentaram desempenho abaixo das nossas expectativas na América Latina, dadas as pressões inflacionárias em alguns países e o crédito mais apertado. Os investimentos em infraestrutura também reduziram, refletindo a deterioração fiscal do governo.
* S&P Global