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Vencida a crise econômica. E a social?

Vencida a crise econômica. E a social?

07/09/2009 Dirceu Cardoso Gonçalves

Duas notícias se contrapõem. O Brasil é visto como exemplo por especialistas que o consideram vitorioso na crise econômica internacional, deflagrada há um ano, saindo da tormenta maior do que entrou.

De outro lado, o Japão, tido como modelo de recuperação econômica no pós-guerra, vê ruir o sua estabilidade, e o Partido Liberal Democrata (PLD), no poder há 54 anos, sofre fragorosa derrota eleitoral, também decorrente da crise internacional. Nós, brasileiros, principalmente em razão do dinamismo empresariado nacional, podemos nos orgulhar ao ver nosso país sair-se bem no cenário econômico mundial, receber elogios dos maiores especialistas da área e alentar a previsão de crescimento ao redor dos 5% nos próximos anos. Isso demonstra que o governo e a sociedade “fizeram a lição de casa” e tiveram boas condições para enfrentar a tormenta que se abateu sobre todos os países, especialmente nas grandes potências. Mas, ao olharmos para nosso próprio umbigo, vemos muitos motivos de preocupação. Mesmo aparecendo bem no retrato da economia internacional, o Brasil possui uma elevadíssima dívida social com a população.

O mesmo governo, que demonstra ser capaz de domar o monstro das finanças externas, não consegue administrar a segurança pública, a saúde, a educação, o desemprego e outros ítens essenciais, que influem diretamente na qualidade de vida do povo. Viver está cada dia mais difícil. Vastas áreas das cidades – setores sucateados do centro, bairros periféricos e favelas – são dominadas pelo crime organizado que assumiu o controle no lugar do Estado ausente. O setor prisional é insuficiente para abrigar todos os apenados pela Justiça e, ainda, é dominado por facções criminosas, que desafiam e fazem curvar a autoridade. A saúde pública é uma farsa que, apesar de altos investimentos, serve apenas para sustentar a publicidade oficial e constitui franco incentivo à proliferação de planos privados de saúde que, na maioria das vezes, também não cumprem suas finalidades.

A educação vive a maior crise já conhecida, com a falta de definição pedagógica e, principalmente, o divórcio completo entre o aluno – cada dia mais rebelde e desinteressado – e o professor despreparado e amedrontado diante dos novos desafios. O emprego falta para imensas legiões de cidadãos. Esse Brasil exemplo aos demais países – no enfrentamento da crise econômica – precisa fazer algo para evitar continuar sendo aquela boa figura externa e, ao mesmo tempo, algoz de seu próprio povo. Além de segurança, saúde e educação, pode-se acrescer, como problemas carentes de solução urgente, a crise dos salários dos aposentados, o financiamento das campanhas eleitorais e a exibilidade de decência e honestidade dos homens públicos cuja imagem nunca esteve tão conspurcada quanto nos últimos tempos. Talvez seja o caso do Brasil ensinar aos outros países (especialmente o Japão) como se dribla a crise econômica e procurar, com eles aprender, noções básicas de como se trata bem e com respeito o povo e, principalmente, como se mantém a dignidade e a lisura do poder. Pode-se chegar a um excelente escambo...

*Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)



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