Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Lula e tucanos podem eleger Dilma

Lula e tucanos podem eleger Dilma

04/03/2010 Fábio P. Doyle

Com tantos problemas internos, o PSDB facilita a realização do sonho de Lula, de eleger sua candidata. Mineiros de Aécio, e paulistas, de Serra, podem entornar o caldo tucano no prato petista. Como o mundo é redondo, tudo pode acontecer. Inclusive, nada.

 E tudo continuar como até agora, Dilma Rousseff estará em 2011 na presidência da República. Não apenas porque ela tem o apoio do presidente Lula, "o cara", o campeão de todas as pesquisas. Mas também porque nunca a oposição foi tão incompetente em montar sua chapa para as eleições de outubro.

No início, José Serra e Aécio Neves Cunha disputavam a indicação do PSDB, o único partido que teria condições de derrotar o lulismo.

Melhor dizendo, São Paulo e Minas Gerais disputavam o direito de concorrer à sucessão de Lula. Um café-com-leite controverso que estava sendo colocado na xícara do eleitor sem o complemento indispensável de açúcar ou adoçante. Amargo desde o começo.
A DIVERGÊNCIA foi se aprofundando entre os dois principais candidatos do grupo tucano. E acirrando a disputa entre paulistas e mineiros. Com Serra na liderança das pesquisas e das preferências da cúpula do partido, e com a rejeição da proposta de Aécio, que queria transferir a escolha do candidato para uma consulta prévia aos diretórios estaduais tucanos, o mineiro desistiu da disputa. Anunciou sua decisão e afirmou que iria candidatar-se ao Senado.
SERRA permaneceu liderando as pesquisas, mas em queda ligeira, enquanto Dilma, a candidata de Lula, ganhava novos pontos. Em fins de fevereiro e início de março, a queda de Serra e o avanço de Dilma se acentuaram. Do jeito em que o gráfico está sendo montado a cada nova pesquisa, o empate parece ser a próxima etapa. O que deixa os correligionários de Serra preocupados. 
A FÓRMULA mágica para reverter a tendência pró-Dilma, segundo os estrategistas do PSDB, é apresentar ao eleitorado o que chamam de chapa "puro- sangue". Ou seja, Serra, para presidente, Aécio, para vice. Reunindo os dois governadores que têm conquistado as melhores marcas de realizações e os maiores índices nas pesquisas de popularidade em seus respectivos estados..
A SITUAÇÃO, hoje, é esta. Serra, em queda, Dilma, em ascensão. E Aécio firme em não aceitar a posição de vice.
ALGUNS observadores, dito analistas políticos, acreditam que o panorama no ninho tucano pode mudar. Serra, diante do risco de ser derrotado, desistiria da disputa da presidência, candidatando-se a um segundo mandato no governo paulista. Para o seu lugar, na cabeça da chapa presidencial, iria Aécio. Mas Serra, desistindo da disputa, ficaria em situação difícil com o eleitorado de seu Estado, que o apoia, em índices altíssimos, para a sucessão de Lula. E Aécio, diante do quadro eleitoral difícil que lhe será entregue, se disporia a assumir o lugar de Serra na chapa tucana?
ACONTECE, ainda, que os eleitores paulistas poderiam reagir à troca de Serra por Aécio. E cristianizar o candidato mineiro. Da mesma forma o eleitorado mineiro poderá negar apoio a Serra, em retaliação por não ser o mineiro o candidato. Como Dilma vem do Nordeste com votação superior a 70 por cento do eleitorado da região, se conquistar os votos dos descontentes de SP, ou os de MG, estará eleita com facilidade.
COMO se percebe, os tucanos estão naquela condição da piada, a de se correr, o bicho pega, se ficar, o bicho come.
DAÍ, volto ao começo. Dilma caminha, livre e solta, escoltada por Lula e ajudada pelos desastrados oposicionistas, para a assumir a presidência da República. 
COMO a mundo, a política e a vida, me permito insistir, dão voltas imprevisíveis, tudo pode acontecer. Inclusive, nada.
* Fábio P. Doyle é  jornalista e membro da Academia Mineira de Letras



Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula