Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Contra a ignorância política e administrativa

Contra a ignorância política e administrativa

17/08/2022 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

A pesquisa da consultoria Quaest, que encontrou, entre os pesquisados, 78% que apenas “já ouviram falar” do STF e 80% do TSE e o não conhecimento das funções daqueles dois órgãos superiores, é a mais escandalosa prova da ignorância do povo que recentemente, em outro levantamento, também mostrou não saber o que faz o Congresso Nacional.

O desconhecimento é um grande mal a qualquer sociedade mas, no caso em tela, ganha contornos de calamidade porque são esses mesmos indivíduos que em menos de dois meses estarão votando para eleger presidente da República, governadores estaduais, senadores e deputados federais e estaduais.

Se desconhecem o que fazem os integrantes dos poderes, certamente também não saberão quais as credenciais que o candidato deve possuir para merecer o voto e, principalmente, poder desempenhar o mandato conquistado nas urnas.

A democracia é o regime onde o povo é chamado de tempo em tempo - a cada quatro anos - para revalidar o mandato dos governantes e parlamentares.

É a oportunidade de reeleger os ocupantes dos postos se entender que estão com bom desempenho ou, então, trocá-los por outros que pareçam ter melhores condições para a prestação do serviço de representação popular.

Mas, para isso, é preciso saber o que faz um eleito, o que dele se pode esperar e, necessariamente, conhecer os candidatos, seu passado político e suas propostas para o caso de serem eleitos.

É aí que o resultado da pesquisa desqualifica a democracia que nós, brasileiros, construímos ao longo das últimas décadas.

No lugar da mentirosa afirmativa de que com democracia se resolveriam todos os problemas, repetida como mantra, deveríamos ter nos preocupado em fazer o povo conhecer as funções e obrigações daqueles que elege e dos que são por estes nomeados para cargos públicos, no caso abordado na pesquisa, os ministros do STF e do TSE, entre outros.

É só dessa forma que o cidadão poderá ser autosuficiente e votar de acordo com o seu interesse em vez de seguir religiosa, bovina ou fanaticamente o ativismo deletério que condena a Nação à ignorância e consequente atraso.

Durante essas três (ou quatro) décadas, os currículos escolares poderiam ter sido aperfeiçoados e o alunado recebido educação política estrutural. Não ficarem sujeitos como ficaram, a professores militantes que os buscam cooptar e torná-los ativistas ideológicos.

No lugar de colocar posicionamentos – independente se de direita, esquerda ou centro – na cabeça do aluno, o mestre, que ganha salários para isso, tem o dever de facultar-lhe informações que possam ser úteis em sua vida profissional, social e comunitária.

Para não se transformar em fantoche, alienado ou mero ignorante, o aluno precisa receber os conhecimentos que o levem a ter consciência da realidade ao seu redor e, por observação e vontade próprias, decidir o melhor caminho a seguir.

Permitam-me aqui lembrar a minha saudosa mestra Deborah Padua Melo Neves, que ensinava sem doutrinar e por isso, além de professora querida, foi brilhante autora de livros didáticos...

Termina nesta segunda-feira - 15/08 - o prazo para o registro das candidaturas às próximas eleições. Apesar do quadro caótico de conhecimento do povo, sou otimista e acredito que, por conhecimento ou intuição, a maioria vai votar bem e livrar o país dos demagogos, mistificadores e enganadores que fazem questão de manter a população no desconhecimento para dela tirar proveito e até roubar os recursos que poderiam melhorar as condições gerais de vida...

Não se deixe enganar e vote em quem melhor poderá representá-lo. Jamais naqueles que os mililtantes te pediram para votar...

* Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

Para mais informações sobre eleições clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!



Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula