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O ensino básico e a deficiência em português

O ensino básico e a deficiência em português

19/04/2012 Valmor Bolan

Uma pesquisa recente feita pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), que recruta e selecionam estagiários, demonstrou que estudantes do curso de Comunicação Social tem tido mais dificuldade em acertar questões de língua portuguesa e fazer uma redação em testes de trabalho, do que os alunos, por exemplo, de Engenharia.

No estudo, os estudantes de exatas estão acertando mais testes de português e escrevendo melhor do que os de Comunicação Social. Segundo a Coordenadora de Recrutamento e Seleção do Nube, Natália Caroline Varga, os dados obtidos pela pesquisa revelam "um pouco como está o mercado: temos muitos candidatos, mas poucos qualificados para algumas áreas".

E destacou que "muitos escolhem a profissão sem ter noção do que acontece no dia-a-dia. Alguns escolhem Jornalismo achando que vão apenas aparecer na TV e não fazer vários tipos de matérias diferentes, como acontece". O fato é que esta deficiência acaba prejudicando muitos jovens que desejam ingressar no mercado de trabalho, pois carece de uma ferramenta fundamental: o da comunicação.

Não se comunica bem, se não se sabe se expressar bem, inclusive no texto escrito. E mais ainda: se não se consegue ler bem um texto e souber interpretá-lo. O corre-corre do dia-a-dia, a linguagem rápida e abreviada que se usa pela Internet, pode causar um efeito corrosivo na capacidade de redigir bem um texto e saber ler uma mensagem de modo adequado, pois a falta de leitura é considerada um dos fatores que empobrecem a capacidade dos jovens em fazer uma boa redação.

É interessante observar que está havendo, por causa disso, uma procura por cursos de português. Mas não basta somente um breve curso. A solução é criar mesmo o hábito da leitura. Não apenas de informações jornalísticas, mas principalmente de livros, e de boa literatura. Não adianta também os alunos se interessarem por outros idiomas, como inglês e espanhol, e ficarem deficientes no português. Não resolve.

Primeiro é preciso se expressar bem em nossa própria língua, para depois se aprofundar em outras. Temos que, nesse sentido, desde o Ensino Básico, estimular as crianças, adolescentes e jovens à boa leitura, não somente de entretenimento, mas textos de reflexão, que os façam aprender a pensar, a situar-se no contexto em que vivem, a terem um pensamento crítico.

Daí a leitura de romances, livros de história, filosofia, ciência, religião, política, etc. A pesquisa chama a atenção para esta realidade, e não podemos ficar indiferentes a isso. Somente com o hábito da leitura (desde cedo) é que poderemos suprir esta deficiência, e preparar melhor nossos jovens ao mercado de trabalho e à vida. Dessa forma, poderão ter um padrão de vida melhor.

*Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Presidente da Conap/Mec (Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Prouni).



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