Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Não se combate violência com mais violência

Não se combate violência com mais violência

16/08/2013 Maria Manuela Alves Maia

De três meses para cá, o país tem enfrentado uma onda de manifestações que foi palco de violência e prisões em várias cidades.

Diante desse cenário, os motivos têm sido os mais variados possíveis que começaram com reivindicações contra o aumento da passagem, passando por aumento salarial de algumas categoriais até pedidos de investimentos em Educação e Saúde.

Em comum, todas têm como pano de fundo a corrupção no Brasil. Embora seja prematura qualquer explicação da violência sem uma pesquisa empírica, não podemos deixar de perceber e analisar o papel da polícia junto ao governo do Estado, neste caso, falamos especificamente sobre o Rio de Janeiro. Desde o início dos protestos, o governador usou a polícia como um instrumento de controle do governo baseado na premissa da segurança do cidadão.

Ora, não se combate violência com mais violência. Esse foi um entre os grandes equívocos vindo do Palácio Guanabara. Então, talvez a violência estrutural seja a chave para entender a violência nas manifestações. Diante desse cenário, o Estado deve rever toda a sua forma de fazer política e deixar de se colocar em uma situação de defensiva e/ou colocar a polícia contra a população e responder de forma madura, que é o que se espera de um governo. No caso, a população, muitas vezes, apenas segue o curso dos grupos dominantes, por isso, deveria repensar o seu papel político.

Mas, isso já ultrapassa a expectativa pois seria uma questão de possibilidade de mais percepção, de mais consciência que não é tão fácil de se obter dentro das circunstâncias, não há nenhum interesse nisso. Em princípio, devemos pensar que as manifestações não podem ser compreendidas como se fossem produto de um bloco único. Há um conjunto de grupos diversos e, portanto, as motivações são de diferentes ordens.

Um ponto comum pode ser o completo caos instalado na vida pública a partir da impunidade pelos crimes de corrupção cometidos por alguns políticos e também a desigualdade social que se aprofundou nos últimos anos ferindo decisivamente os acordos éticos da sociedade. Notamos que alguns grupos como grande parte daqueles que foram despertados pela simples curiosidade de participação, como alguns jovens que lutaram pela questão dos 20 centavos, estejam já perdendo um pouco de sua energia.

Já outros estão se manifestando em torno de novas causas e questões. No Rio de Janeiro, vide o tema da Educação relacionado aos índices de jovens mortos ou simplesmente "desaparecidos". Citamos aqui o "caso Amarildo", as questões dos professores públicos, os médicos etc. Então, as manifestações são, na realidade, um espaço aberto que tende a permanecer aberto. Entretanto, não sejamos ingênuos. Infelizmente, há também o aspecto negativo e esse espaço acabar por ser preenchido por lutas de interesses individuais.

*Maria Manuela Alves Maia é professora de Sociologia do curso de Direito da Faculdade Mackenzie Rio e doutora em Ciências Sociais pela UFRJ.



Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula