Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Tratamento adequado à educação

Tratamento adequado à educação

26/09/2014 Astronauta Marcos Ponte

Todo início de ano é sempre doloroso para o bolso das famílias, principalmente àquelas que precisam preparar seus filhos para um novo período letivo.

A alta carga tributária embutida nos materiais escolares acaba tornando essas compras anuais uma das maiores preocupações daqueles que têm menor poder aquisitivo, mas que compreendem a importância da educação de seus filhos e, portanto, querem adquirir produtos de qualidade para sua formação.

Para se ter ideia, segundo levantamento feito em São Paulo pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário divulgado pela Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares, a carga tributária desses materiais começa a partir de 35%. Em alguns produtos, como canetas e réguas, ela chega à quase 50%.

Em um país que está na lanterna dos rankings internacionais de educação, abaixo até mesmo de vizinhos com bem menos dinheiro arrecadado, é evidente que precisamos reduzir gastos dos brasileiros para manter um filho na escola. Em outros países onde o sistema educacional é bem mais desenvolvido que o nosso, como na Alemanha, por exemplo, os incentivos fiscais são bem maiores. O Brasil precisa criar ferramentas que possam garantir oportunidades iguais para todas as pessoas, independentemente de sua classe social.

Como pai e educador, gostaria de ressaltar a importância do projeto de lei em tramitação no Congresso (desde 2009!) que autoriza a isenção de impostos dos materiais escolares. De fato, simplesmente usando o bom senso, podemos ver que a tributação do material escolar no Brasil é um verdadeiro absurdo. O mesmo Governo que aprova a dedução de despesas de instituições como construtoras e empresas aéreas, por exemplo, encarece itens essenciais para o bom desempenho de estudantes.

Essa proposta pretende corrigir esse erro fundamental, barateando diversos componentes das listas de material escolar como os lápis, borrachas, canetas, réguas, cadernos e fichários, entre vários outros. Em um cenário onde ocupamos a 58° posição entre os 65 países comparados, ficando no patamar de países como a Albânia, Jordânia, Argentina e Tunísia, há muito que se fazer. Políticas públicas que valorizem a educação precisam ser priorizadas não só dentro do discurso político, mas também de forma efetiva dentro Congresso Nacional.

É papel dos políticos analisar os problemas e apresentar soluções adequadas às tendências globais que possam contribuir continuamente com o desenvolvimento da nossa sociedade. Além de evitar com que os pais comecem o ano no vermelho, reduzindo sensivelmente o impacto da educação na dívida orçamentária das famílias do começo do ano, essa iniciativa também ajuda a fomentar pequenos e médios empreendedores, como as papelarias, diminuindo a economia informal do setor e gerando empregos para o Brasil.

Lembrem-se de que as pequenas e médias empresas são responsáveis por parte significativa dos empregos e devem, portanto, ser incentivadas para garantir a estabilidade econômica e o desenvolvimento social das comunidades e, em consequência, no conjunto, do país. A essência deste artigo eu relaciono à minha experiência pessoal de vida. Filho de um servente de serviços gerais, eu sei bem a dificuldade que meus pais tinham para comprar materiais escolares para que eu pudesse estudar.

Até hoje eu me lembro bem do cheiro dos cadernos novos, da tinta dos livros. Graças a Deus, apesar das dificuldades financeiras, meus pais sabiam bem da importância da educação e souberam me transmitir valores essenciais para a vida, inclusive o gosto pelo conhecimento. E foi através da educação e do trabalho que eu pude realizar o sonho que para a maioria parecia impossível: ser astronauta. Como diria Paulo Freire: “A educação é um ato político de transformação social”.

E eu pergunto: “Para que serve a política, afinal, do ponto de vista do cidadão, a quem os políticos devem inteira satisfação, senão para permitir a transformação social?” Nós podemos, juntos, induzir essa transformação. Basta que façamos boas escolhas quando decidimos pelo voto quem serão nossos representantes políticos. Esse é o nosso desafio.

*Astronauta Marcos Ponte é Embaixador da ONU para o Desenvolvimento Industrial.



Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch