Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Nova CPMF: o pixuleco da Dilma

Nova CPMF: o pixuleco da Dilma

29/08/2015 Helder Caldeira

O cenário político revela que são cada vez mais escassas as mandiocas que alimentam os porcos de colarinho branco.

O Brasil chafurdou no lamaçal. Não são “dificuldades momentâneas”, como tem dito a presidente Dilma Rousseff. Os anos de (des)governo do PT afundaram o país. Enquanto as famílias brasileiras estão mergulhadas na maior crise econômica desde os tempos do coronel Sarney, o cenário político revela que são cada vez mais escassas as mandiocas que alimentam os porcos de colarinho branco. No horizonte, os tamanduás da Operação Lava-Jato vasculhando os históricos escaninhos da corrupção e caçando os cupins que infestam a República.

O que fazer para amenizar os efeitos do desastre? O Governo Federal tem duas opções: reduzir drasticamente os gastos estratosféricos da máquina pública; ou, o pior dos caminhos, aumentar impostos. Adivinhe o que a presidente Dilma e sua intrépida trupe palaciana decidiram fazer? A clareza meridiana da resposta é equivalente à espantosa capacidade deste governo para falar barbaridades e promover bizarrices.

A proposta de criar uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) — nossos eternos eufemismos: imposto chamado de contribuição; provisório que é permanente — chancela a desconexão da impopular presidente com a realidade. Considerando que seu (des)governo tem 39 ministérios — ela diz que irá reduzir para 29, sem fixar um tempo para tal medida —, garante salários babilônicos para cerca de 100 mil apaniguados em cargos comissionados de livre nomeação e que, apenas ilustrando o descalabro, para passar menos de 24 horas na Califórnia a comitiva presidencial contratou 25 motoristas e alugou 19 limusines, 3 vans, 2 ônibus e 1 caminhão ao custo de US$ 100 mil (cerca de R$ 355 mil), é um verdadeiro deboche o Palácio do Planalto cogitar o lançamento de uma nova CPMF ou qualquer outro imposto. Tudo isso sem falar nas dezenas de bilhões de Reais roubados ao longo dos últimos 13 anos em escândalos como o Mensalão, Petrolão, Eletrolão e tantos outros.

Cumpre ressaltar que, quando a CPMF foi extinta no final de 2007 por não cumprir suas atribuições na Saúde e ser desviada para cobrir despesas de outras áreas do Governo Federal, o então presidente da República, Luiz Inácio da Silva — vulgo “Lula” —, sob argumento de que a extinção causaria um rombo aos cofres públicos, determinou no dia 02 de janeiro de 2008 o imediato aumento da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 9% para 15% e do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF), garantindo a manutenção da arrecadação dos R$ 40 bilhões anuais da CPMF.

Não podemos esquecer que o governo da presidente Dilma Rousseff também aumentou as mesmas alíquotas em 2015: no dia 21 de janeiro, por Decreto, dobrou o IOF, de 1,5% para 3%; e, no dia 21 de maio, através de Medida Provisória, elevou a CSLL de 15% para 20%. Tudo para cobrir o alto custo do câncer da corrupção, da roubalheira desenfreada que domina todas as esferas de administração pública no Brasil.

Agora, diante do maior escândalo de corrupção já verificado numa democracia ocidental e uma crise econômica e política de grande porte, a turma que ocupa o Palácio do Planalto tem a insolência de propor a recriação da CPMF. Especialista na criação de narrativas ludibriantes repletas de maquiagens publicitárias, o atual governo mudou o nome do famigerado “Imposto do Cheque”, concedendo-lhe o eufêmico título de Contribuição Interfederativa da Saúde (CIS). Além disso, para arrastar pelo cabresto governadores e prefeitos e garantir sua aprovação junto aos nauseabundos deputados e senadores brasileiros, o Governo Federal propõe dividir a estimada arrecadação de R$ 80 bilhões da CPMF repaginada com Estados e Municípios.

Tendo em vista os valores estarrecedores desnovelados pela Operação Lava-Jato, a já explosiva carga tributária brasileira e a comprovada inaptidão administrativa da atual ocupante da Presidência da República e seus asseclas, propor a criação de novos impostos é o mais veemente achincalhe contra os cidadãos deste país. Uma chufa da mesma natureza dos passeios de bicicleta da presidente — ela desistiu da bike? — enquanto é investigada por pedaladas fiscais, ou da tal Agenda Brasil, sobre a qual ninguém fala mais.

A resposta ao novo escárnio institucional é óbvia: o atual governo não tem legitimidade moral para criar mais impostos, quiçá uma nova CPMF, este excrescente pixuleco da Dilma. Sua manutenção na Presidência da República fica cada dia mais cara para o povo brasileiro.

* Helder Caldeira, Escritor e Jornalista Político



Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra