Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O governo e os bens públicos

O governo e os bens públicos

13/01/2016 José Pio Martins

Participei de um debate que discutiu em quais atividades o Estado deve entrar como produtor e quais não.

Assustou-me a falta de conhecimentos em economia, apesar das opiniões enfáticas dos debatedores.

O filósofo Olavo de Carvalho costuma dizer que o brasileiro tem a mania de discutir assuntos que não conhece e dar opinião sobre tudo e sobre o que nunca estudou.

Chegando a minha vez, afirmei que era preciso começar considerando os diferentes tipos de bens.

A maioria dos bens (e serviços) é negociada em mercados em que os compradores pagam pelo que recebem e os vendedores recebem pelo que fornecem.

Para esses bens, os preços funcionam como sinais que orientam as decisões de compradores e vendedores, e daí resulta a alocação eficiente de recursos.

Mas nem todos os bens e serviços são assim. Há os bens públicos e os bens privados.

Os bens podem ser agrupados segundo suas características, identificadas por duas perguntas.

(1) O bem é excludente? Ou seja, as pessoas podem ser impedidas de usá-lo?

(2) O bem é rival? Ou seja, o fato de uma pessoa usá-lo impede (ou reduz) o uso por outra pessoa?

De início, os bens privados são excludentes e rivais, enquanto os bens públicos não são nem excludentes nem rivais. Pensemos em um sorvete de casquinha.

Ele é excludente, pois é possível impedir alguém de consumi-lo. Basta não dar o sorvete à pessoa. É também um bem rival. Se uma pessoa tomá-lo, outra pessoa não poderá tomar o mesmo sorvete.

A maioria dos bens da economia é composta de bens privados, como os sorvetes de casquinha. Você não o receberá se não pagar. Depois que o recebe, é a única pessoa que se beneficia.

Já o bem público não é excludente, pois ninguém pode ser impedido de usá-lo. Pensemos num show pirotécnico, em que fogos de artifício são lançados ao céu.

Se uma empresa privada resolver produzir um show e cobrar da população, ninguém estará disposto a pagar por isso, pois, uma vez lançados ao céu, nem um morador será impedido de se beneficiar com a beleza das luzes e sons.

Também não é um bem rival, pois o prazer de uma pessoa ao ver o show não impede que outra pessoa tenha o mesmo benefício. Nesse negócio, o setor privado não entra.

O primeiro passo para saber onde o governo deve se meter é separar os bens públicos dos bens privados. Os recursos do governo são limitados e sua prioridade deve ser a produção de bens públicos, deixando ao setor privado os bens privados.

Dois bons exemplos de bens públicos são a defesa nacional e a segurança pública interna. A organização de uma força nacional para vigiar as fronteiras e defender o país dos agressores é um bem público, que não é excludente nem rival.

Todos se beneficiam, inclusive os que não pagam impostos. O mesmo se dá com o policiamento das ruas. Não é um bem excludente (já que ninguém pode ser excluído de seu benefício) nem é rival (o benefício de uma pessoa não reduz o benefício de outra).

Um grupo de pessoas pode contratar vigilância para proteger sua rua e seu patrimônio, mas, em geral, o policiamento e a repressão ao crime são atribuídos ao governo. Os bens eminentemente públicos devem ser oferecidos pelo governo, conceito que pode ser ampliado.

Se a sociedade definir que a educação de base deve ser oferecida em escolas públicas, então a educação básica assume a característica de bem público, apesar de ser um bem excludente, à medida que uma carteira ocupada por uma criança não pode ser ocupada por outra.

É por aí que o debate deve começar. Enfim, existe uma forma científica de examinar os problemas, que exige estudo, e uma forma amadora, que não exige nada. A escolha é nossa.

* José Pio Martins é economista e reitor da Universidade Positivo.



Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch