Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Mariana: os riscos de não ter um plano de comunicação socioambiental

Mariana: os riscos de não ter um plano de comunicação socioambiental

11/02/2016 Carolina Modesto e Backer Ribeiro

O fato é que nunca foi previsto ou esperado um acidente com tamanha proporção.

Antes que grandes obras de engenharia e infraestrutura saiam do papel, deve-se preceder um profundo trabalho de comunicação que visa avaliar e minimizar impactos ambientais e riscos de segurança à população, maximizar benefícios socioeconômicos, bem como estabelecer redes de relacionamentos transparente com a comunidade e a sociedade civil.

O desastre ambiental de Mariana em Minas Gerais, que completa três meses essa semana, prova o quanto essa legitimação é prioritária e essencial na condução de um trabalho ético e sustentável entre empresa, meio ambiente e sociedade.

Este acidente sem precedentes é um caso emblemático que nos faz refletir e questionar sobre as ações que vem sendo tomadas na condução deste caso no âmbito socioambiental. Para aquelas pessoas que sofreram perdas diretas com essa tragédia, o qual é considerado o maior desastre ambiental do Brasil, esses sentimentos são exponencialmente mais fortes.

Perdas humanas e danos ainda incalculáveis na biodiversidade do Rio Doce e arredores, bem como na base de subsistência de centenas de famílias, não foram o suficiente para que as empresas responsáveis - Samarco, Vale e BHP Billiton - agissem rapidamente de forma globalizada.

Ainda hoje sentimos falta de informações claras e um tratamento humanitário dirigido às pessoas e grupos impactados, que vão além de relatórios, mas que sejam pautados em relações de confiança, seriedade, transparência e respeito.

Três meses depois ainda esperamos uma comunicação coordenada e oficial do governo e das empresas responsáveis, apresentando ações factíveis sobre o destino de milhares de pessoas que esperam reconstruir suas vidas.

É certo que houve falhas no plano de contingência da Samarco relativo a questões técnicas-ambientais e a falta de um planejamento de comunicação e gestão de crises eficazes para guiá-los em uma situação de calamidade como essa. Sem falar na falta de líderes.

O fato é que nunca foi previsto ou esperado um acidente com tamanha proporção. Porém, aconteceu. E o que foi feito? O que ainda será feito? Quais são as causas do desastre? Quem irá pagar e responder por tamanhas perdas?

Precisamos que tanto a Samarco quantos os órgãos ambientais que falharam na fiscalização sejam responsabilizados. Não só a pressão nacional, mas também a internacional se intensificaram. A ONU criticou a demora de três semanas para a divulgação de informações sobre os riscos gerados pelos bilhões de litros de lama vazados nos municípios e no Rio Doce.

Em dezembro, o Brasil recebeu a visita oficial de integrantes do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos, os quais se reuniram com vítimas do rompimento da barragem para ouvir a avaliação dos afetados sobre o desastre.

Em resposta às críticas do organismo internacional, o governo brasileiro prontamente informou as medidas que foram tomadas, entre elas: atendimento emergencial às vítimas, abastecimento de água às cidades afetadas, monitoramento 24 horas do Rio Doce, multa à Samarco, recuperação do Rio Doce, força-tarefa para salvar animais ameaçados e Ação Civil Pública indenizatória de R$ 20 bilhões.

* Carolina Modesto e Backer Ribeiro são relações públicas e associados da Communità Comunicação Socioambiental.



Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra