Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Carta a Chico Buarque de Holanda

Carta a Chico Buarque de Holanda

04/09/2016 Amadeu Roberto Garrido de Paula

Chico, chamá-lo assim é permitido, porque é o chamado do povo brasileiro.

Quando tudo está perdido, é hora de clamar aos poetas. O Brasil "democrático" quis ter voz ativa, em seu destino mandar, mas eis que chegou a roda viva...

Desculpe, sabe-se que não é seu sentimento, mas seus primeiros poemas tocaram a sensibilidade de milhões de brasileiros amordaçados. Você foi o Walt Whitman de nossa geração.

O poeta de todos e por todos. O teatro da Roda Viva foi empastelado por bisões; ainda há alguns deles rondando por aí, de cara fascista e revólver engatilhado. Deploram a ferrugem a que foram submetidos seus gatilhos. O importante é que são poucos os saudosistas do regime infame.

Mais preocupante é a juventude, em vários pontos do orbe, inclusive em nosso País, que valorizam Carlile (democracia é uma ditadura com urnas), Rosemberg, o jurista Carl Shimitt, Baeumier, Heidegger e outros. A destruição, pela arte dos poemas, dessas figuras infernais, é mais importante à população que controverter o impeachment de nossa Presidente.

O povo que foi às ruas propor a impeachment certamente não leu uma linha desses facínoras. Foi buscar um País melhor, cujo caminho o último governo sequer apontou. Pequenos e médios empresários, profissionais liberais, empregados, religiosos, jovens ludibriados por "universidades" despreparadas e que despreparam, perdidos no labirinto em que não se encontra a saída para um mercado de trabalho modesto.

Claro que sempre os ideólogos tomam carona nesses movimentos. Tanto direitistas como esquerdistas, que nada fizeram pelo mundo, salvo usar a "res publica" como estupefaciente de suas agonias psíquicas insuperáveis.

Suas primeiras poesias, acima lembradas, nada ficaram a dever a De Quincey, Stevenson, Sheakespeare, Machado no Sul e Borges no Sur, apenas para lembrar alguns, como você, poetas, os únicos capazes de salvar o mundo, em certos momentos, como aquele que enfrentamos.

Você sabe que não há paradigmas entre políticos, administradores, intelectuais de todo o gênero, para encontrar a saída deste beco. Somente mágicos como Vladimir Maiokovsky e Chico Buarque de Holanda, na liderança do rol que logra tocar a sensibilidade majoritária e justa, para a reconstrução de um país.

Eles não podem cair num maniqueísmo manipulado pelos que se aproveitam das manifestações populares, para que fluam seus interesses pessoais. São divindades da alvorada. Seu símbolo, Chico, já marca da história do Brasil. Estás cravado em nossa memória.

Por isso, se me permite uma opinião, não podes aceitar os cravos de ameaças partidárias. Não se lhe podem cobrar congruências. Você e toda sua obra que penetrou nas fímbrias da linguagem criativa pairam acima de todas essas mediocridades.

A vontade de um povo feliz acontece em cada pulsação de seu sangue. Os grandes poetas são orvalho na relva do paraíso. A maioria dos brasileiros está solitária como um espelho em casa abandonada. Os poetas se vão e suas obras são imorredouras.

Elas valem por todas as Constituições, inclusive pelas dezenas de Aristóteles torradas no incêndio da Biblioteca de Alexandria. Deixe-nos outras, em seu segundo e decisivo momento na história do Brasil.

Todos anseiam por novas músicas salvadoras, livres de compromissos com aqueles que, de uma falsa postura de esquerda, produziram o mais terrível estelionato na história dos povos.

* Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado e poeta.



Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch