Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A força da literatura infanto-juvenil

A força da literatura infanto-juvenil

09/11/2016 Alexandra Vieira de Almeida

Um livro destinado às crianças jamais deve demonstrar fraqueza, falta de poeticidade e riqueza literárias.

A força da literatura infanto-juvenil

Infelizmente, observamos um filão de livros infanto-juvenis que não impulsionam o caráter lúdico das crianças e jovens. A literatura para os pequenos acabou seguindo os mesmos padrões da literatura adulta, ou seja, a lei do mercado, da literatura fácil, cheia de obviedades.

A literatura tem de problematizar, levar a reflexões e isto deve surgir desde a infância. Os pequenos têm de desenvolver suas potencialidades imaginativas sendo aceleradas à medida que eles crescem. Quando jovens, encontramos a fase de transição para a vida adulta e à literatura cabe o papel de transformação, de indagação face aos problemas do mundo.

Deve revelar a beleza, a magia, mas também as doses de ironia juntamente com a leveza do poético. Porque a poesia não está só nos versos, também está na prosa. Ambos se misturam. Esta é uma visão tradicionalista, ver o texto somente por uma face.

E a outra, a do enigma? Podemos nos reportar ao texto “Pausa”, de Mário Quintana em que este revela que o escritor tem de lançar desafios ao leitor, provocar enigmas. E o que temos? Uma enxurrada de clichês e lugares comuns que não satisfazem a potencialidade do literário, este sim criador das imagens vibrantes, ricas e impactantes.

Aprendi com um professor de filosofia que para o texto literário demonstrar sua riqueza deve revelar imagens inusitadas e não esperadas, sugerir e não esclarecer. Após suas palavras, mudei o jeito de escrever não seguindo as linhas mais básicas da vida como vestir uma simples camiseta.

Preferi optar por costurar os véus da admiração filosófica, o espanto e a surpresa de que tantos filósofos falaram, o “thauma” dos pensadores. Do simples, do corriqueiro, do cotidiano, o escritor pode construir o sublime, o grandioso, o monstruoso, que é a própria força do literário unido ao dom de “enigmar”, pois a literatura não pode estar separada da filosofia, sua prima em indagações.

É preciso construir uma geração de pequenos questionadores. Cabe ao escritor tirar do mais simples o original, novo e enigmático. Portanto, a literatura infanto-juvenil tem de tirar esta fraqueza dos pequenos, seus mimos, seus doces facilitadores e incutir neles a força da inventividade poética para saírem de sua fase de sonolência para o acordar das questões e das criações, sendo eles mesmos uns inventores de mundos possíveis e impossíveis.

* Alexandra Vieira de Almeida é escritora e doutora em Literatura Comparada (UERJ).



Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula