Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Trump e a uma democracia desgastada

Trump e a uma democracia desgastada

09/01/2017 Rabino Samy Pinto

O caminho que deve ser seguido para reestruturar o processo democrático e a eleição de políticos mais aptos ao cargo.

A ascensão política de Donald Trump que, de empresário de sucesso à chefe de Estado de uma das maiores potências da economia mundial, causou no Brasil e em todo mundo um sentimento de apreensão e medo, que acabou por levantar diversas questões sobre a mecânica das eleições norte-americanas.

Uma dessas interrogações, e de extrema importância, é o “produto da democracia”, ou seja, os líderes que estão sendo produzidos por esse sistema político. Não é a primeira vez que a democracia coloca na liderança um personagem que traz dúvidas sobre o preparo que tem para governar, a história é repleta de exemplos destes tipos de líderes.

Partindo da ideia de Platão que, a função do governante é assegurar que o povo tenha uma vida digna, Trump representa para o mundo uma autoridade cheia de controvérsias e polêmicas, que não traz segurança em relação a esse princípio básico.

Mesmo com essa inquietação quanto ao destino do país norte americano, a pergunta mais importante é: será que o novo presidente dos Estados Unidos tem habilidades, competências e conhecimento para chefiar uma grande potência mundial?

Em uma metáfora rabínica, que acentua a importância do preparo para exercer uma função, um paciente chega ao hospital e o cirurgião entende, após uma avaliação, que é preciso fazer uma intervenção. Na ocasião, não se espera que o profissional saia perguntando para as pessoas que estão nos arredores o que pensam sobre a decisão dele.

O que se espera dele é que saiba exatamente o que deve ser feito. Pode-se usar essa metáfora na política de forma muito contundente também. A população espera que o candidato que assumir o cargo saiba exatamente o que deve ser feito para o bem de toda a sociedade.

A vitória de um não político, como Donald Trump, é algo natural do mundo capitalista, em que empresários bem sucedidos se arriscam a serem dono da verdade das demais áreas, além daquela que gerou o seu sucesso. Na democracia, nada impede que isso ocorra, mas não garante que o vitorioso seja alguém capacitado para exercer o cargo.

Refletir sobre essa fragilidade e desgaste da democracia é de grande relevância para encontrar um outro sistema que aperfeiçoe o atual, que vem nos brindando com líderes desastrosos. Ao sair de um período de guerra, na metade do século passado, com medo dos tiranos e para fugir da ditadura militar, acabou se criando uma democracia que continuou produzindo alguns líderes déspotas, que fizeram e farão o que bem entenderem ao chegar no poder.

Escondidos atrás do voto popular, como se isso desse um salvo conduto para o eleito fazer o quiser em detrimento aos dispositivos legais e à vida digna que deveria entregar para a sociedade. E esse é um grande problema, porque governar tem o princípio do bem, mas precisa também da habilidade e competência técnica.

A política é uma ciência. Voltando para a metáfora utilizada do cirurgião e do paciente, é preciso que aqueles que se candidatarem para o cargo desejado apresentem em um processo seletivo competência e habilidade. Criar um mecanismo para selecionar os candidatos que atendam ao mínimo das exigências para se governar e, só posteriormente, e liberá-lo para o voto popular é um pensamento lógico e coerente, para evitar falhas na democracia.

A população então só votaria nas pessoas que apresentarem as credenciais necessárias para exercer o cargo. Evitando muito dos dissabores da história, é verdade que não seria uma garantia total de um governo perfeito, mas traria uma realidade mais alinhada aos princípios éticos universalmente aceitos e com as necessidade da sociedade.

Donald Trump provocou uma discussão entorno do sistema democrático americano, mas não é o sistema democrático americano e sim a democracia em si que tem suas brechas. O ideal talvez fosse que cada país tivesse um colegiado para aprovar candidatos à carreira de governança.

E essas pessoas, de diferentes linhas de pensamentos ideológico e econômicos, estariam à disposição para o voto popular, sem preocupações se o eleito estaria, ou não, apto para governar uma nação.

* Rabino Samy Pinto é formado em Ciências Econômicas, se especializou em educação em Israel, na Universidade Bar-llan.



A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques