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Pirataria sorri para os brasileiros

Pirataria sorri para os brasileiros

22/03/2017 Luiz Nantes

Produtos piratas na área médico-hospitalar.

No Brasil, convivemos com diversos produtos piratas como brinquedos, roupas, eletrônicos e uma infinidade de outros produtos que adquirimos sem saber que são piratas.

Agora, o que vemos é o aumento dessa prática na área médico-hospitalar, em especial nas próteses e implantes, realidade que põe em risco a vida das pessoas que sofrem procedimentos cirúrgicos com produtos fabricados com materiais inadequados, técnicas rudimentares e sem condições mínimas de higiene e descontaminação.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem combatido a produção ilegal de próteses e implantes odontológicos. A segunda fase da “Operação Fake” realizada semana passada no interior de São Paulo e que acontece em todo o país, apreendeu quase 40 mil componentes falsificados encontrados em uma fábrica e uma distribuidora da cidade de Indaiatuba.

Em dezembro de 2016, na cidade de Valinhos, também no interior de SP, outra fábrica foi fechada por utilizar o mesmo maquinário para produzir peças de carro e próteses, sem qualquer condição de higiene. Essas ações tem gerado um alerta sobre esse tema e as consequências que produtos não licenciados podem causar à saúde da população brasileira.

Estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO), mostram que cerca de 30% dos implantes comercializados no país são falsificados. As fabricantes de implantes investem constantemente em tecnologia, pesquisa e estrutura para oferecer produtos cada vez mais eficientes, porém, também sofrem com a falsificação.

Torna-se impossível competir com os preços cobrados por produtos piratas, se comparados com os produzidos com alta tecnologia, matéria-prima importada e sob um rigoroso controle de qualidade. Ao longo dos anos, as grandes empresas do ramo da implantodontia desenvolveram métodos para melhorar cada vez mais a qualidade dos materiais.

Vale lembrar que, em todos os casos na implantodontia, precisamos conectar uma peça protética (abutment) ao implante instalado na boca. Por esse motivo, quanto mais preciso é esse encaixe, melhores são os resultados. As empresas piratas não conseguem atingir o mesmo grau de qualidade, prejudicando a união do componente protético ao implante.

Essa desadaptação pode acarretar problemas severos. Entre eles podemos listar a soltura da prótese, a fratura do parafuso no interior do implante, a contaminação bacteriana da área e finalmente a perda de osso ao redor do implante.

Todas essas consequências comprometem tanto a saúde da área, como sua qualidade estética. Dessa forma, podemos concluir que o uso de componentes piratas coloca em risco a saúde do paciente e podem gerar um resultado estético desfavorável.

Além do comprometimento com a saúde, qualidade e segurança, os produtos piratas geram, por ano, mais de R$ 115 bilhões de prejuízo aos cofres públicos, segundo dados do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

Esse impacto orçamentário afeta União, estados e município e reflete diretamente no investimento realizado na área de saúde pública, por exemplo. A divulgação destas ações é importante para alertar a população sobre o que tem sido comercializado nos consultórios pelo país.

Conhecer o profissional e pesquisar sobre os produtos que serão usados é fundamental para o combate à pirataria. Desconfiar de preços muito baixos ou produtos com facilidade de compra pela internet, são o começo dos cuidados para garantir produtos de qualidade e procedência técnica.

* Luiz Nantes é Consultor Científico da S.I.N. Sistema de Implante, graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Lins e MSc em Implantodontia pela São Leopoldo Mandic.



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