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O estado delinquente de poder

O estado delinquente de poder

23/04/2017 Helder Caldeira

Este é um raro e histórico momento quando os pilantras estão encurralados.

O Brasil finalmente se encontrou com o maior desafio de sua existência: vencer a hipocrisia de um povo politicamente indigente e provar ao mundo que esta nação é capaz de desinfetar os Três Poderes, exterminar os bandidos de colarinho-branco e assumir o controle do país para conduzi-lo a algum futuro promissor.

É uma fronteira e nela chegamos na última semana. Ou vamos adiante, num processo que obrigatoriamente será dramático, confrontante e violento, mas depurador; ou recuamos e assumimos definitivamente nossa bestialidade, nossa pequenez, nossa incapacidade civilizacional.

Quantas vezes você já ouviu a falácia de que, nesta tropical e colorida Ilha de Vera Cruz, a democracia é plena e vigorosas são as instituições republicanas? A dimensão e a contundência dos vídeos com as delações dos executivos de apenas uma grande empreiteira são a prova cabal de que estado democrático de direito e institucionalidade não são as bases de sustentação do Brasil.

Nosso país é governado por bandidos. Nossas leis são criadas por bandidos. Nossa justiça não alcança os bandidos. Nosso povo elege os bandidos. Solidez democrática e institucional? Cumpre reiterar: é falácia! Alguns dirão que a Operação Lava-Jato passará o país a limpo. Ledo engano. Ela é um marco, um divisor de águas.

Mas, é indispensável fincar os pés na realidade: a Lava-Jato não salvará a pátria. Trata-se apenas de um seleto, reduzido e competentíssimo grupo de juízes, promotores, auditores e agentes federais que, por sua formação diferenciada, chamaram para si os deveres fundamentais da República: ética, eficiência, moralidade e o império da lei e da transparência.

Tornaram-se heróis nacionais por cumprir ritos básicos e tal asserção é suficiente para explicar como chegamos nesse fundo de poço, atolados num lamaçal de corrupção sem precedentes na História da Humanidade.

Ao observar figuras de grande envergadura discorrendo com naturalidade — e até risos debochados — sobre como uma empreiteira roubou dinheiro dos cofres públicos, fraudou todo o sistema democrático e comprou, a peso de ouro, a quase totalidade do comando da República, nota-se algo além da corrupção e da absoluta ausência de ética. Há uma doença instalada. Uma psicopatia. Maníacos em uníssono: “No Brasil sempre foi assim!”

Do outro lado da corda, segue o coro de vagabundos engravatados negando participação no esquema e fingindo ultraje com as três centenas de inquéritos recentemente autorizados ou solicitados a instâncias inferiores pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, para além das dezenas de inquéritos e denúncias que já tramitam na Corte e de todo arcabouço jurisdicional sob a batuta da força-tarefa da Lava-Jato e de Sérgio Moro no Paraná e da Justiça Federal noutros Estados.

Ainda assim, os vagabundos depositam sua fé na tradicional morosidade do Poder Judiciário do Brasil, até hoje incapaz de punir com vigor os bandidos instalados em ambiente de poder, banindo-os em definitivo. Neste momento dramático de nossa História, é preciso ter coragem.

Considerando apenas aquilo já estamos sabendo, não é difícil compreender que todas as eleições brasileiras desde a década de 1980 foram fraudadas, a democracia foi vilipendiada. Quem hoje está no poder é porque roubou, porque fraudou, porque é criminoso. Não existe meio termo. O estado democrático de direito foi substituído um estado delinquente de poder.

A única esperança para este país é que os cidadãos honrem suas origens e façam como nossos antepassados, os primeiros habitantes deste quinhão do globo. Dispamo-nos da ignorância, da covardia e da cordialidade imbecil. Pintemo-nos, cara e corpo. Sem medo, partamos para o confronto.

Porque este é um raro e histórico momento quando os pilantras estão encurralados. Sim, isto é um chamamento à guerra. Avante, povo brasileiro!

* Helder Caldeira é escritor, autor dos livros “Águas Turvas”, “O Eco”, “Pareidolia Política”, entre outras obras.



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