Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Sobre o trabalho análogo à escravidão

Sobre o trabalho análogo à escravidão

23/10/2017 Renato Dias Baptista

Um país deveria proteger o cidadão de modo mais amplo do que muitos poderiam perceber.

Sobre o trabalho análogo à escravidão

Um Estado deveria ter a obrigação de ir além do senso comum ou da subserviência ao capital. Precisaria ser o primeiro em dar as respostas certas, não apenas pelo motivo de que a velocidade nas ações seria uma de suas missões, mas porque, por pressuposto, saberia mais.

Quem tem o conhecimento possui responsabilidade e precisa reagir rapidamente às demandas daqueles que representam o motivo de sua existência. A fragilidade de um governo abre caminho para tolerâncias tendenciosas.

As decisões por escambo parecem representar a busca de uma salvação. Um presidente que insiste em dizer que possui lisura cederia à ganancia dos egocêntricos? Por exemplo, o debate de alguns meses atrás estava direcionado à decisão de aprovação do presidente Michel Temer em relação ao Projeto de Lei que libera a terceirização para todas as atividades da empresa.

A despeito da ampla discussão na ocasião, não há dúvidas sobre a irreflexão daqueles que a apoiaram. Sim, há uma perda, já que se entende que são as atividades a serem terceirizadas e não os empregados.

Se ficássemos apenas nesse aspecto já seria evidente uma decomposição nas relações de trabalho diante da migração do empregado para organismos mais frágeis de representação, a redução de benefícios, postos de trabalho e salários na maioria das situações.

Temos um Estado que modifica as relações de trabalho em detrimento dos trabalhadores. Claro, é preciso lembrar que havia exageros em alguns grupos opositores que diziam que a terceirização “rasgaria a carteira de trabalho”. Não ocorreria isso, mas a decisão “legalizou” a deterioração. O retrocesso passa a ser registrado em carteira.

Agora, a mais recente questão está na redefinição sobre o conceito de “trabalho análogo à escravidão”. Algo que coloca outra gota tóxica nas relações trabalhistas. Um dos pontos da proposta indica que, se o trabalhador não tem a supressão de sua liberdade, não poderia ser interpretado “análogo à escravidão”.

Entretanto, se um trabalhador aceita condições restritivas, insalubres ou abusivas, não significa que o Estado tenha que ser condescendente com as organizações que subtraem por conta própria suas obrigações. Se brasileiros ou estrangeiros se submetem às condições “análogos à escravidão” não quer dizer que, por não terem oportunidades em suas regiões ou países, que isso deveria passar a ser legalmente tolerável.

Um bom governo deveria defender aqueles que se submetem e não seus opressores. Teria que enxergar mais longe do que os seus próprios cidadãos. As atuais decisões denotam um dirigente que olha para trás.

O governo retrocede para satisfazer grupos de políticos ou empresários de um setor onde mais se encontram os subjugados. As efetivas lideranças políticas jamais deveriam permitir um declínio na construção da democracia.

* Renato Dias Baptista é docente da Universidade Estadual Paulista, Unesp, câmpus de Tupã.



Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra