Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Jerusalém: história e religiões

Jerusalém: história e religiões

19/12/2017 João Paulo Vani

Para se entender os meandros da disputa envolvendo Israel e Palestina, é preciso voltar na história.

Nos últimos dias, o mundo se viu perplexo diante da declaração do presidente americano, Donald Trump, reconhecendo Jerusalém como capital do Estado de Israel. Ainda que na prática isso já esteja estabelecido, essa posição do líder do mundo livre não beneficia, de modo algum, as relações entre Israel e Palestina, ou ainda, a posição dos Estados Unidos como principal articulador da paz na região.

Para que se possa entender os meandros da disputa envolvendo Israel e Palestina, ou árabes e judeus, ou ainda, ismaelitas e israelitas, é fundamental voltar na história. De acordo com a mitologia hebraico-cristã, a disputa começa 2 mil anos antes de Cristo, com a promessa de Deus ao patriarca Abrão: “À sua descendência darei esta terra”, cuja extensão ia do Rio do Egito ao Rio Eufrates e, em termos atuais, compreenderia os territórios do Estado de Israel, Palestina, Cisjordânia, Jordânia ocidental, sul da Síria e sul do Líbano.

Abrão teve dois filhos: o primogênito ilegítimo, fora do casamento, com a escrava Agar, Ismael; e o filho legítimo – mas não primogênito – Isaac, filho de Sara, sua esposa. E aí começa o desentendimento pela “herança” de Abrão, a Terra Prometida. Ao longo de quarenta séculos essa disputa se acirrou e, por questões políticas, econômicas e estratégicas, parece uma demanda sem solução.

Nesse período, Deus confirma a Isaac a aliança que tinha feito com seu pai, Abrão, época em que Isaac contava com 100 anos e Jacó, seu filho, tinha 40 anos. Portanto, Abrão, Isaac e Jacó – que após lutar com Deus recebe d’Ele o nome “Israel”, são consagrados como os Três Patriarcas de Israel, três gerações de signatários da promessa divina. Dos filhos de Jacó/Israel, nasceram as 12 Tribos de Israel, os clãs que deram continuidade à cultura judaica.

Na quarta geração de Abrão, a inveja dos irmãos em relação ao amor do pai, Jacó/Israel para com José, fez com que o vendessem ao Egito como escravo. José foi preso injustamente e, após um longo período na prisão, caiu nas graças do Faraó ao interpretar um sonho. Com isso, José é constituído sobre todo o Egito.

O desenrolar dessa história trará diversos outros personagens, como Moisés, que liderou a libertação do povo judeu do Egito, em uma saga conhecida como Diáspora; Davi e Salomão, pais e filho, reis memoráveis por seus feitos, sabedoria e temor a Deus, e chega em Jesus Cristo. Note-se que Abrão, Isaac, Jacó, José, Moisés, Davi, Salomão e Jesus figuram não apenas como protagonistas da cultura judaica e do cristianismo, mas também entre os 25 profetas do Islã.

Para Trump, é evidente que somente o jogo de poder importa. Por sua vez, Jerusalém é hoje uma cidade culturalmente unificada, ainda que não exista esse reconhecimento político. Sagrada para as três religiões abraâmicas, abriga israelenses e palestinos; judeus, árabes e cristãos, e há de ser sempre defendida não apenas por aqueles que a querem como sua capital, ou que a dela se sentem “herdeiros”, mas por todos que condenam o ódio e respeitam sua história e simbolismo.

* João Paulo Vani é Presidente da Academia Brasileira de Escritores, Mestre em Teoria Literária e Doutorando em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Unesp de São José do Rio Preto.



Um País em busca de equilíbrio e paz

O ambiente político-institucional brasileiro não poderia passar por um tempo mais complicado do que o atual.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra