Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Ambientalistas de aquário ou geração de emprego?

Ambientalistas de aquário ou geração de emprego?

02/03/2018 Julio Gavinho

Vivemos o dilema fundamentalista que opõe o crescimento econômico pela preservação ambiental.

Aprendi com meu amigo Irineu Guimarães (o dínamo imobiliário do Ceará), que o Piauí recuperou seus 66km de belas praias por um jamegão de D. Pedro II. O Ceará se fez de bobo por uns 300 anos, tungando do vizinho, o acesso ao mar.

A praia de Luís Corrêa, nesta nesga beira-mar do Piauí, é das mais belas do Brasil com seus recifes coloridos, dunas e um vento preguiçoso que acalma o relógio. Tanto acalmado o relógio que o desenvolvimento turístico ainda não chegou até lá. Inúmeros peixes ornamentais nunca viram um rio ou um dos sete mares.

Foram paridos e, os que sobreviveram do apetite dos pais, crescidos dentro de um aquário. Assim como vários outros animais de cativeiro, os peixes de aquário não conhecem predadores ou outro alimento senão aquele pó estranho que espalhamos sobre a água dos belos aquários que temos em casa.

Claro que existem exceções como aqueles que comem larvas ou as divertidas Pitóns domésticas que comem pequenos roedores. Mas o fato é: nenhum deles sabe como é a vida real. Assim como os nossos ambientalistas de aquário. Eu passei minhas férias no Ceará, assim como os últimos feriados, fins de semana, etc.

Eu e minha família simplesmente amamos o Ceará, suas praias e cenários, mas principalmente amamos o Cearense e sua cultura. Eu sempre quis desenvolver um resort no litoral cearense. No Marriott, no Hyatt e nos últimos anos da minha dura vida empresarial.

Sempre esbarrei em questões ambientais que, de uma forma ou de outra, diminuíram meu apetite e daqueles que me financiavam. Fazendo uma conta de padeiro (excelentes matemáticos por sinal), o meu desejo seria de um resort de cerca de 500 apartamentos e entre 500 e 1.000 empregos diretos. Seriam cerca de R$350.000.000 em investimento apenas no hotel. Seriam... seriam... seriam.

Todos os centavos espantados pelo fantasma da incerteza de licenças ambientais. Eu advogo pelo desenvolvimento, pelo emprego e pelo crescimento da economia através da iniciativa privada. Não advogo pelas dunas nem pelo mico leão dourado. Tem muita gente fazendo isso, do escritório, das estações ambientais e do sofá da sua casa mesmo...

Embora entenda que ambos devam ser preservados, vivemos há muitos anos o dilema fundamentalista que opõe o crescimento econômico pela preservação ambiental. Esta discussão é vazia e temerária pois não há preservação sem ocupação: o que há no lugar da ocupação é a invasão como atestam as encostas do Rio de Janeiro, o entorno da Lagoa da Conceição, e quase toda reserva de mata atlântica remanescente (abandonada pelos ambientalistas de cativeiro).

Durante meus 15 dias no litoral cearense pude observar estarrecido, o fluxo de camionetas de luxo disputando rachas sobre as dunas. Também vi hordas de bugres com turistas, voando baixo nas dunas, com emoção.

Até “ski” puxado por camionetas eu vi, coroando o vácuo entre o entendimento burocrático da restrição e preservação, e a humilhação do argumento oficial, real, prático, enterrado na areia.

Eu não toco o “samba do incorporador doido”, como diria o Stanislaw Ponte Preta. Mas demando uma visão prática sobre projetos turístico-imobiliários em um logradouro público dito turístico, como o Brasil.

* Julio Gavinho é executivo da área de hotelaria com 30 anos de experiência, fundador da doispontozero Hotéis, criador da marca ZiiHotel, sócio e Diretor da MTD Hospitality.



Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch