Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Maternidade X Carreira: O desafio que vale a pena

Maternidade X Carreira: O desafio que vale a pena

09/05/2019 Maria Inês Vasconcelos

Como diz o ditado judaico: Deus não podia estar em todos os lugares e, por isso, fez as mães.

Conseguir exercer a tripla função de mãe, mulher e dona de casa, e ainda adequar com a carreira, é um malabarismo que nos exige equilíbrio e autoconhecimento. É preciso jogo de cintura para conciliar a agenda profissional e familiar. Mas tudo é questão de foco, determinação e de escolhas diárias.

Contudo, é preciso ter em mente que a maternidade ainda é um grande obstáculo para a carreira das mulheres brasileiras.

Segundo pesquisa divulgada pela empresa de recrutamento Catho, as mães deixam o mercado de trabalho cinco vezes mais que os pais. O levantamento também concluiu que 28% das mulheres deixam o emprego após a chegada dos filhos, versus 5% dos homens, apenas.

Além dos grandes entraves culturais e, infelizmente, muito preconceito, ainda está fortemente intrínseca em nossa sociedade o padrão machista, retrógrado e discriminatório de que o homem é quem sai para trabalhar e que lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos.

Contudo, os tempos mudaram e essa cultura teve que ser formatada, pois a mulher moderna divide com o homem o orçamento familiar e, em razão disso, também precisa trabalhar para pagar contas. Tornamo-nos, igualmente, provedoras. E neste lugar, a mulher enfrenta desafios enormes.

Adotando um tom de informalidade, podemos dizer que as empresas não são muito parceiras das mães. Mesmo que obedeçam ao mínimo legal e cumpram as normas que as protegem, ainda não facilitam e discriminam a mulher.

De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 50% das mulheres são demitidas até dois anos após a licença maternidade, por exemplo.

É evidente que existe uma pressão, ainda que travestida, a desfavor da natalidade e com a posição de que não é lucrativo arcar com os custos da licença maternidade, que exige uma reposição da funcionária, assim como liberá-la de sua jornada regular, que fica encurtada para amamentação.

Agregue-se a isso, o mito de que a mulher possa perder o ritmo, sair da cadência e até se desatualizar quando se torna mãe. Puro preconceito. A maternidade não impede reciclagem e tampouco emburrece, pelo contrário.

Segundo estudos da Royal Holloway, durante a gestação, as mães sofrem um aumento das atividades do lado direito do cérebro, o que significa melhora em suas habilidades cognitivas como criatividade e relacionamento interpessoal.

Felizmente, um novo olhar vem surgindo e há empresas sensíveis à questão da maternidade, apoiando e contribuindo para que as mães possam desempenhar seus papéis com menos sofrimento e angústia, em ambos os ambientes.

Grandes empresas brasileiras, por exemplo, já preferem mantê-las em postos estratégicos, por reconhecerem as responsabilidades e uma garra inenarrável.

E neste novo cenário, as mães estão ocupando posições de destaque no mercado de trabalho, o que revela avanços neste campo. Contudo, ainda que se possa festejar, o exercício concomitante da maternidade e trabalho é desafiador.

Me lembro quando escutei pela primeira vez uma frase, que só muito mais tarde, quando tive minha primeira filha Laura, hoje com 17 anos, me fez sentido: “Quando nasce uma mãe, nasce uma criança e nasce junto, a culpa”.

Realmente uma dualidade massacrante se estabelece dentro de nós: largar tudo, abdicar de nossa carreira e realizações pessoais, ou trabalhar e se sentir eternamente em dívida com os filhos.

Sem querer desmerecer os homens, a razão disso é que amamos demais. É o sublime instinto maternal, que nos mantém permanentemente conectados aos nossos filhos. Algo genético, antropológico e hormonal, além de nossa compreensão.

Só mesmo quem já passou pela experiência de ser mãe, sabe como é duro sair de casa e deixar os filhos, que tanto amamos, para ir trabalhar. Mas com autoconhecimento e até mesmo movidas pela necessidade econômica, a culpa vai sendo atenuada e transformada em algo muito maior. O trabalho agrega sentido à nossa vida e à família.

Neste lugar, em que somos plenas, nossos filhos se tornam nossos próprios parceiros, principalmente se soubermos nos dedicar e mostrar que eles são e sempre serão a melhor parte de nós mesmas. E assim, quando saltamos, eles saltam conosco.

* Maria Inês Vasconcelos é Advogada Trabalhista, palestrante, pesquisadora e escritora.

Fonte: Naves Coelho Comunicação



A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques