Portal O Debate
Grupo WhatsApp

O Coringa que te habita

O Coringa que te habita

18/01/2020 Leonardo Torres

Não é surpresa que o filme “Coringa”, de Joaquim Phoenix e Todd Phillips, tenha obtido 11 indicações ao Oscar.

Este é um dos filmes que, no mínimo, gostando ou não, intrigam cada um de nós. Assim que o filme foi lançado, seu impacto causou tanta estranheza que muitos se perguntaram: quem é e onde está o Coringa da vida real?

Consequentemente, muitos dedos foram apontados: aos políticos, aos marginalizados, etc.. A resposta mais convincente foi dada por um colega da Psicologia, José Balestrini, que pontou que o Coringa é, simplesmente, o coringa: ou seja, uma máscara que cabe em todos nós.

A outra face do Coringa é o palhaço Happy, traduzindo para o português: o Feliz. Ele quer trabalhar, é dedicado, tenta ganhar o seu dinheiro, sonha em ser um astro, ou melhor, ter reconhecimento, isto é, como sinônimo disso tudo: ser feliz.

Esta descrição corresponde à grande parte da sociedade atual. A busca da felicidade como sinônimo de sucesso, dinheiro e poder é um imperativo no mundo.

Porém, a busca da felicidade gera uma expectativa tão grande na sociedade, que muitos indivíduos, hoje, ao não conseguirem alcançá-la, fazem uso equivocado de medicamentos, como o clonazepam, para suportar a frustração de suas vidas.

A questão é que felicidade não é sinônimo de dinheiro, sucesso ou poder. A Psicologia Analítica entende que não é possível estar em um estado de felicidade sem, frequentemente, enfrentarmos um estado depressivo.

E, quem nega as próprias tristezas, frustrações, entre outros sentimentos que julgamos negativos, acaba por torná-los mais frequentes e maiores. O clonazepam ajuda a anestesiá-los, mas não os elimina.

Quando a negação destes sentimentos já não é mais suportada, eles nos tomam de uma vez só. Por isso, é muito comum vermos popstars que conquistam uma rápida fama enfrentarem um quadro depressivo logo em seguida.

Se aceitássemos nossas tristezas em pequenas doses diárias, conseguiríamos também ser felizes em doses diárias.

Quando Happy veste a máscara do Coringa, ele não aceita em si todas suas dúvidas, frustrações e tristezas, o que seria o caminho certo, psicologicamente falando.

Ele rompe com o próprio Happy em si, ele cinde, e é engolido por todos estes sentimentos sombrios. Isso faz nascer o Coringa.

Nós não somos diferentes: todos temos tristezas, frustrações e dúvidas. Resta-nos entender as nossas e não apontar dedos para as do indivíduo ao lado.

O lado sombrio e negativo da vida é inevitável. A única coisa possível de se fazer é escolher o que fazer com elas.

* Leonardo Torres é Professor e Palestrante, Doutorando em Comunicação e Pós-graduando em Psicologia Junguiana.

Fonte: R&F Comunicação Corporativa



Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula