Portal O Debate
Grupo WhatsApp

A importância da cautela na estruturação de acordos de colaboração entre concorrentes

A importância da cautela na estruturação de acordos de colaboração entre concorrentes

12/04/2022 Maria Eugênia Novis e Ana Bátia Glenk

Em julgamento realizado este ano, o Tribunal Administrativo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) teve a oportunidade de abordar os riscos concorrenciais relacionados à atuação colaborativa entre concorrentes.

O tema é relevante no mundo dos negócios, considerando que operações entre empresas rivais, como joint ventures, acordos de compartilhamento de infraestrutura e contratos associativos, são celebradas com frequência nos mais diversos setores.

Operações como essas podem se fundar em objetivos que trazem benefícios para a competitividade e para os consumidores, como alcançar economias de escala, diluir riscos e custos na implementação de um novo projeto ou obter melhores resultados em pesquisa e desenvolvimento, por exemplo.

Porém, ao estabelecer mecanismos de colaboração entre si, empresas rivais podem eventualmente facilitar a troca de informações sensíveis para além do estritamente necessário para alcançar os objetivos inicialmente visados ou se envolver em situações que possam levar a resultados indesejáveis, como elevação de preços, redução de qualidade de bens ou serviços ou ainda desincentivos à inovação, seja no mercado diretamente afetado pela operação ou em mercados distintos nos quais as partes são também concorrentes, efetivos ou potenciais.

Nesse contexto, os órgãos de defesa da concorrência tendem a analisar operações dessa natureza com cautela, levando em conta as participações de mercado das empresas envolvidas, a dinâmica competitiva no mercado em que se dará a cooperação e os mecanismos de governança concebidos para mitigar o risco de efeitos anticompetitivos. 

A análise dos precedentes nacionais sobre o tema mostra que, ao identificar tais riscos, o Cade tem exigido a adoção de barreiras físicas ou eletrônicas para evitar a troca indevida de informação sensíveis entre as partes, conhecidas como Chinese walls, e de programas de compliance robustos.

O Cade pode também exigir medidas como a condução dos negócios conjuntos das empresas concorrentes por administradores independentes, que lhes fornecerão apenas as informações essenciais para assegurar o monitoramento e a proteção dos seus respectivos investimentos no negócio.

É fundamental que empresas envolvidas em operações que impliquem colaboração ou cooperação entre concorrentes tragam a avaliação de riscos concorrenciais para a agenda da negociação o quanto antes.

Essa providência permite identificar preocupações que podem vir a ser levantadas pelo Cade, antecipar medidas aptas a afastá-las na estruturação do negócio e, assim, evitar a exigência de remédios para a obtenção da aprovação do órgão.

* Maria Eugênia Novis e Ana Bátia Glenk são, respectivamente, sócia e advogada da área de Concorrencial do Machado Meyer Advogados.

Para mais informações sobre mundo dos negócios clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Fonte: RPMA Comunicação



Nem Nem: retratos do Brasil

Um recente relatório da OCDE coloca o Brasil em segundo lugar entre os países com maior número de jovens que não trabalham e nem estudam.

Autor: Daniel Medeiros


Michael Shellenberger expôs que o rei está nu

Existe um ditado que diz: “não é possível comer o bolo e tê-lo.”

Autor: Roberto Rachewsky


Liberdade política sem liberdade econômica é ilusão

O filósofo, cientista político e escritor norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006), um dos mais influentes economistas liberais do Século XX, imortalizou um pensamento que merece ser revivido no Brasil de hoje.

Autor: Samuel Hanan


Da varíola ao mercúrio, a extinção indígena persiste

Os nativos brasileiros perderam a guerra contra os portugueses, principalmente por causa da alta mortalidade das doenças que vieram nos navios.

Autor: Víktor Waewell


A importância de uma economia ajustada e em rota de crescimento

Não é segredo para ninguém e temos defendido há anos que um parque industrial mais novo, que suporte um processo de neoindustrialização, é capaz de produzir mais e melhor, incrementando a produtividade da economia como um todo, com menor consumo de energia e melhor sustentabilidade.

Autor: Gino Paulucci Jr.


O fim da excessiva judicialização da política

O projeto também propõe diminuir as decisões monocráticas do STF ao mínimo indispensável.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


O inesperado e o sem precedentes

Na segunda-feira, 1º de abril, supostos aviões militares de Israel bombardearam o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

Autor: João Alfredo Lopes Nyegray


Crédito consignado e mais um golpe de milhões de reais

No mundo das fraudes financeiras, é sabido que os mais diversos métodos de operação são utilizados para o mesmo objetivo: atrair o maior número possível de vítimas e o máximo volume de dinheiro delas.

Autor: Jorge Calazans


Quando resistir não é a solução

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, fundador da psicologia analítica, nos lembra que tudo a que resistimos, persiste.

Autor: Renata Nascimento


Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula