Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Gabinetes de parlamentares são “autênticas” microempresas

Gabinetes de parlamentares são “autênticas” microempresas

25/10/2023 Julio César Cardoso

Vejam aqui o escárnio e a imoralidade de um irrelevante parlamentar da República, que só quer tirar proveito da coisa pública:

“Após três mandatos como deputado federal, Eduardo Gomes (PL-TO) começou seu mandato de senador em 2019 com 54 servidores comissionados (sem concurso público). Em quatro anos, aumentou o gabinete para 82 assessores. Gomes emprega tanto quanto uma empresa de porte médio no ramo de serviços. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), uma empresa média tem de 50 a 99 funcionários. O número de funcionários não corresponde a atuação legislativa: em 2023, o senador apresentou três projetos de lei”.

Como acreditar na seriedade de nossos parlamentares diante da coisa pública, quando os seus gabinetes são transformados em verdadeiros antros de empreguismo, sem concurso público, para beneficiar a corriola de amigos e correligionários?

Não há nenhum respeito ao contribuinte, que paga a conta, nem aos milhões de desempregados, que não tiveram a sorte de ser político ou ter padrinho político.

É simplesmente revoltante o comportamento do político brasileiro no trato da coisa pública. Querem se considerar íntegros, mas não passam de velhacos de vestal duvidosa.

Podemos afirmar que a farra do dinheiro público nos gabinetes de parlamentares, em Brasília e fora da capital federal, com a contratação de servidores sem concurso público, só acontece porque órgãos como TCU, CGU e Ministério Público, responsáveis pela fiscalização e controle da administração pública, não operam com a eficiência devida.

Por outro lado, não fosse a prática jornalística fiscalizadora e investigativa, a sociedade não ficaria sabendo da ocorrência de irregularidade e corrupção no poder público.

Cabendo ressaltar que a fiscalização e o controle da administração pública são responsabilidades compartilhadas entre os órgãos de controle, os gestores públicos e a sociedade.

Que moral tem, por exemplo, os senadores Eduardo Gomes (PL-TO), Rogério Carvalho (PT-SE), Randolfe Rodrigues (sem partido), Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Osmar Aziz (PSD-AM) e outros, para se apresentarem como representantes da sociedade no Parlamento, se eles não demonstram respeito com a coisa pública ao permitirem o inchaço de servidores, sem concurso público, em seus gabinetes?

A pouca-vergonha é tão grande que os senadores não corrigem brechas no regulamento interno do Senado, que possibilita gastos com vale-alimentação de novos assessores acima dos limites permitidos.

Certamente, a mesma situação de desrespeito com a coisa pública ocorre na Câmara Federal. Esses sacripantas parlamentares inescrupulosos não se preocupam com a imagem do Congresso Nacional.

Deveriam se espelhar no exemplo do Parlamento sueco, onde os gastos públicos são observados.

Ademais, a admissão de servidores sem concurso público nos gabinetes de parlamentares afronta o art. 37 da Constituição Federal, que trata da administração pública.

Assim, a extravagância do dinheiro público com a manutenção dos gabinetes de parlamentares federais, em Brasília e nos Estados, repletos de elementos apadrinhados ineptos, ancorados no cabide de emprego e alguns nem dão expediente, mas recebem nas folhas de pagamento, tem de ser moralizado.

Os servidores de gabinetes de parlamentares deveriam ser exclusivamente indivíduos concursados, do quadro do Legislativo, para servir a qualquer parlamentar e partido.

Portanto, não existe explicação lógica, racional para a quantidade de servidores em gabinetes de parlamentares.

or acaso, em suas atividades privadas, esses espertalhões parlamentares contratariam tantos empregados se as despesas fossem bancadas do seu próprio bolso?

* Júlio César Cardoso é servidor federal aposentado.

Para mais informações sobre parlamentares clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp



Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago


Entre o barril de petróleo e o de pólvora

O mundo começou a semana preocupado com o Oriente Médio.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves