Hoje quero ser criança. Quero ser teu filho também
Hoje quero ser criança. Quero ser teu filho também
Flavinha, Cuida de mim que hoje sou criança, hoje sou teu filho.
Me embale de mansinho,
me cubra de beijos e me dê o teu ventre.
Logo de manhã, me diga bom dia com um sussurro no ouvido,
endireite o meu cabelo e me sorria,
que o meu mundo anda sério demais.
Me conte estórias de fadas e duendes,
Me fale de sonhos e medos, de reis e fantasias,
pois que meu mundo se embruteceu e tem sede de amor.
Antes que seja tarde, me olhe nos olhos e me fale de paz,
que meu mundo esqueceu a ternura.
Me abrace forte, demorado, que o afago se perdeu dos braços do mundo,
e os olhos do mundo perderam o jeito de olhar.
Me dê o teu colo, o repouso e me deixa esquecer o tempo, pois que o tempo do mundo é voraz.
Fale comigo de era uma vez e de faz de conta.
Mesmo que amanhã a conta do mundo me cobre outra vez.
Me dê um conselho, me chame atenção,
e deixe longe o adulto de mim.
Reze comigo e chame o Anjo da Guarda,
que tem a proteção e o mesmo zelo teu.
E me coloque, minha querida,
por este instante eterno,
como teu filho,
feliz,
pois me revelas, Frô,
com o teu amor,
a face humana de Deus.
* Antônio Marcos Ferreira