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Postagens anônimas podem ser usadas para promover o cyberbullying

Postagens anônimas podem ser usadas para promover o cyberbullying

25/08/2014 Francisca Paris

Com a promessa do anonimato, usuários cedem ao apelo do aplicativo para celulares Secret e revelam seus segredos.

Ele permite fazer confidências sobre si mesmo ou outras pessoas por meio de posts com textos ou fotos – ou também compartilhar amenidades e brincadeiras –, sem que o autor tenha sua identidade declarada, e se conectar tanto com conhecidos como com desconhecidos, que interagem por meio de comentários e curtidas.

A ideia de seus criadores nos Estados Unidos até pode ter sido boa, já que o programa incentiva o compartilhamento de pensamentos e sentimentos que às vezes são difíceis de serem revelados em outras situações. Porém, a condição de anonimato acabou criando um espaço aparentemente sem lei, em que se pode falar de tudo, inclusive propagar calúnias, difamações e imagens constrangedoras sem a devida autorização. O Secret é mais uma ferramenta de relacionamento com infinitas possibilidades, que podem ser usadas para o bem e para o mal.

O problema é quando ele é mal utilizado. O que era para ser um diário aberto virtual bacana em alguns casos tornou-se uma grande rede de intrigas e fofocas. Ou, pior, um espaço utilizado por alguns para promover o cyberbullying – agressão, intimidação ou humilhação de terceiros na esfera virtual –, a intolerância, o preconceito e até mesmo a pedofilia. Mesmo quando essa violência é provocada sem intenção de machucar, geralmente por pessoas que não pensam nas consequências de seus atos, ela resulta na vitimização especialmente da criança ou do jovem, causando-lhe sofrimento, perturbação e diversos danos.

Como em tudo na vida, é preciso pensar bem antes de agir, e não o contrário. O aplicativo está disponível para download no Brasil há poucos meses e tem provocado muitas reclamações. Quem se sentir ofendido com um conteúdo que julgar inadequado pode denunciar o post ou até bloquear o autor da postagem no aplicativo. Em casos mais sérios, é possível também prestar queixa na delegacia. Já há, inclusive, pedidos de vítimas de postagens maldosas na Justiça para que o Secret não possa mais ser usado por aqui.

A internet é livre, mas não pode esconder ações erradas pelo anonimato. Não é tão fácil encontrar o autor de uma ofensa virtual, mas também não é impossível. De acordo com especialistas em crimes cibernéticos, tudo o que é feito na internet deixa rastros. Quer postar um segredo seu ou contar algo sobre outra pessoa nas redes? Então se prepare para correr o risco de ter que assumir as consequências e eventualmente enfrentar até mesmo um processo por ter ofendido alguém.

As redes sociais trazem enormes benefícios, especialmente quando estreitam os laços entre famílias, amigos e escola. Mas a migração dos contatos reais para o espaço virtual também carrega consigo os vários conflitos da sociedade. E a violência utilizada no mundo virtual apenas reflete aspectos das práticas desse fenômeno no mundo real: sofrimento e humilhação da vítima e incapacidade de se defender das agressões. O combate a esses acontecimentos será tão mais exitoso quanto maior for a interferência dos variados protagonistas do espaço social: família, professores, amigos e comunidade em geral.

É preciso estar atento ao que se expõe e compartilha online, porque cada informação divulgada pode ser interpretada de inúmeras maneiras e trazer problemas. E nos casos dos menores de idade que estão na rede, é preciso atenção redobrada dos pais e da escola para ajudá-los na tarefa de identificar os limites entre o que precisa permanecer privado e o que pode tornar-se público. Mesmo que o autor não se identifique, as postagens no mundo virtual podem trazer implicações morais, éticas e legais.

Na internet, assim como na vida, quanto mais conscientes, autocríticos e racionais com as nossas atitudes nós formos, melhor será nossa convivência com o próximo. Quando o ataque acontece no mundo real, como na escola, por exemplo, e é denunciado, os agressores são identificados e confrontados pela autoridade escolar. Já nos casos de "perturbação online", isso é mais difícil de ser combatido, especialmente quando o autor cria um perfil falso ou uma página anônima.

Apesar disso, as vítimas não devem se calar por vergonha ou medo de represália, e sim denunciar o que encontrarem de errado e até mesmo exigir que as medidas legais cabíveis sejam tomadas. Utilizando a velha máxima do “não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você”, podemos estimular o convívio com o diferente, sabendo olhar para o outro com respeito.

*Francisca Paris é pedagoga, Mestre em Educação e Diretora de Serviços Educacionais da Saraiva.



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