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Quaresmeiras

Quaresmeiras

02/03/2018 Francisco Habermann

Venho observando quaresmeiras floridas na cidade já há algum tempo.

Sei que a festa nem acabou ainda em alguns lugares do Brasil enquanto a realidade retorna crua para a maioria sobrevivente nos caminhos da existência. Nesse cotidiano mais real eis que o pensamento é despertado para as belezas mais profundas da vida.

Venho observando quaresmeiras floridas na cidade já há algum tempo. É um brilho surpreendente, todo especial. Seus arbustos simples, até rústicos, são acostumados às terras fracas, quais dos corações humanos enganados ou desenganados com as ilusões do mundo. Suas flores buscam o brilho da simplicidade.

Esta lembrança me vem com uma história real. Nunca mais me esqueci da cena alertada pela minha ilustre professora quando me deu carona de retorno para casa, após as tarefas hospitalares. Ao passar por rua pela qual eu trafegava diariamente, mostrou-me o canteiro de flores que eu nunca havia reparado antes.

Fiquei surpreso com minha cegueira ou desatenção diante daquelas belezas. O diagnóstico não era de visão defeituosa mas de sensibilidade pobre, qual terra fraca. Isso me marcou para sempre. Hoje presto atenção no trajeto que faço, independente do destino.

Chego a me perder, mas quero apreciar o caminho. E fico feliz com as sensações colhidas nessa jornada, qualquer que seja, podendo mesmo ser a da própria vida. Aliás, dizem os entendidos que felicidade não é mesmo o destino, é o próprio caminho. Acho que estou aprendendo, caminhando. Seguirei em frente.

As flores roxas do caminho já me levaram a confundi-las. Outro dia mesmo imaginei, ao longe, estar vendo uma daquelas conhecidas quaresmeiras, mas eis que estava diante de um manacá da serra. Para distingui-las é necessário observação de detalhes botânicos. São duas belezas trazidas da Mata Atlântica para o nosso convívio.

Leio que o manacá diferencia-se das quaresmeiras principalmente pela coloração das flores, que ao se abrirem são brancas, no dia seguinte ficam de cor lilás e no terceiro dia tornam-se roxo-violáceas. Já as quaresmeiras têm o centro da flor branco e este fica avermelhado depois de visitada pelo inseto que a poliniza.

A quaresmeira roxa é comum, a de coloração rosa foi conseguida através mutação gênica. Entre quaresmeiras e manacás, fico com todas as flores. O importante mesmo é que foram as pequeninas e multicoloridas maria-sem-vergonha (beijinhos) que despertaram tudo isso em mim, aquelas do canteiro extenso que eu nunca reparara antes, mesmo passando tantas vezes naquela rua da vida.

Agradeço à gentil e sábia professora. E nem era tempo da quaresma. Beijinhos florescem o ano todo!

* Francisco Habermann é professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu.



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