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Reflexões sobre o estresse infantil

Reflexões sobre o estresse infantil

03/05/2011 Maria Cecília Rodrigues de Oliveira

O estresse é definido como uma reação emocional, envolvendo componentes físicos e psicológicos, diante de situações que promovem insegurança, medo, irritação, confusão ou até mesmo grande euforia.

Qualquer mudança na vida de uma pessoa pode gerar estresse. Com crianças não é diferente.

Desde os primeiros anos de vida, as crianças podem se deparar com o nascimento de um irmão, a mudança de casa, uma nova escola, doenças, hospitalizações e outras situações. Para algumas, essas novidades podem ser sinônimos de estresse.

​Crianças estressadas podem apresentar sintomas como alterações bruscas de comportamento, dificuldades em relacionamentos, problemas na escola, insônia, depressão, falta de concentração, além de dores de cabeça, doenças respiratórias, dermatológicas e gastrointestinais, entre outras.

Que razões levam o estresse infantil a ser relacionado, entre outras causas, a críticas excessivas vindas de adultos (pais e/ou professores), excesso de atividades, bullying e conflitos familiares?

As respostas a esses questionamentos não são simples nem diretas, mas também não podem ser sinônimo de acomodação ou de naturalização de um processo em curso. Recentemente, o caso de um garoto australiano, vítima de bullying na escola em que estudava, ganhou proporções midiáticas, reacendendo a discussão entre professores, pais e sociedade sobre um assunto que, para muitos, parece ser resumido em: “Crianças são assim; simplesmente brigam”.

Atribuir aos pais a culpa pela má educação de seus filhos, ou às crianças características ditas naturais para a agressão ao outro são atitudes de quem não percebe que esse comportamento decorre de um estímulo global à competição desmedida, que empurra as pessoas para a conquista de bens, poder e prestígio a qualquer custo, em que sentimentos como tolerância às diferenças, o respeito e a amizade parecem não caber.

Reduzir o estresse infantil ao escopo dos conflitos familiares faz parte de uma lógica perversa que culpabiliza os pais, em vez de olhá-los sob a perspectiva macro de um Estado que não favorece o crescimento digno e justo da sociedade, que não valoriza suas crianças como cidadãos com direitos a serem respeitados.

É necessário refletir sobre o incentivo ininterrupto à performance, ao cumprimento de metas pela exaustão, ao tratamento violento e humilhante a que muitas crianças são submetidas por outras, debaixo de olhares adultos omissos. Refletir sobre o estresse infantil é refletir com coragem sobre nossos desejos, sobre o que queremos para nossos filhos, nossas crianças e o mundo em que vivemos.

Analisar os valores que norteiam nossas ações também é imprescindível; esses valores não são melhores nem piores que outros, são apenas diferentes. Uma sociedade pluralista não pode prescindir da tolerância às diferenças para um convívio efetivamente civilizado.

Nesse sentido, o estresse infantil, os conflitos familiares, o bullying e o excesso de atividades realizadas fazem parte de uma mesma realidade. Nela, somos todos protagonistas e vítimas, com possibilidade de escolhermos entre acirrar diferenças ou construir pontes, entre assumir responsabilidades ou nos omitir.

* Maria Cecília Rodrigues de Oliveira - Biomédica e psicóloga, é editora de ciências e biologia da Divisão de Sistemas de Ensino da Editora Saraiva



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