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Vakamoto

Vakamoto

30/01/2023 Antônio Marcos Ferreira

- Vakamoto sacudir a mesa! Duvido muito que alguém imagine o que pode significar um aviso desse.

A não ser que você fosse um dos filhos do Seu Hélio e Dona Ana e estivesse conosco nos almoços da nossa casa, em Manga, no início da década de sessenta. 

Nossa casa ficava numa grande praça no centro da cidade. A casa foi derrubada e no seu lugar foi construída a sede da agência do Banco do Brasil.

Era uma casa bem espaçosa, com um quintal grande, onde podíamos saborear coco, laranja, limão, lima, figo, pinha e goiaba. Havia também um galinheiro, além de um pequeno chiqueiro. Diversão garantida para a meninada.

Naquela época morava na pensão da minha avó um médico baiano, chamado Dr. Olímpio, que desde a formatura até pouco antes de morrer ocupou dois cômodos naquela pensão. Um era o seu quarto e o outro seu consultório. A pensão acabou mas ele manteve sua morada e seu trabalho lá mesmo.

Vendo a meninada crescendo, ele recomendou aos meus pais que, após o almoço, desse a todos nós um fortificante chamado Vakamoto.

Outra recomendação que era seguida às vezes era de moer a casca de ovo e salpicar na comida.  Mais uma vitamina para a meninada, além do Biotônico Fontoura. 

Quando terminava o almoço, tiradas as travessas, pratos e talheres, era costume sacudir a toalha de mesa no quintal, próximo à porta da sala de refeições, deixando para os passarinhos os farelos e pequenos restos de comida.

Aí vem o significado da frase inicial: ao sentarmos à mesa para o almoço, achávamos importante lembrar que tínhamos que tomar o fortificante. Quem lembrasse primeiro, gritava: Vakamoto sacudir a mesa!

Isso, além do crédito e alegria por ter lembrado da vitamina, dava, a quem lembrou, o "direito" de pegar a toalha para sacudí-la no quintal. Uma pequena satisfação que povoou aquela mesa de almoço por muito tempo.

Isso só não acontecia quando meu pai estava viajando. Aí a rotina era quebrada e substituída por outra, também deliciosa. Naquelas ocasiões a minha mãe fazia o almoço comunitário.

A comida era colocada numa tigela, misturada, amassada e servida em bolinhos, com a mão, de boca em boca para os seis filhos, que ficavam sentados num semicírculo ao seu redor.

Para cada bolinho, uma pequena história ou uma brincadeira de aviãozinho para os mais novos. A comida ficava deliciosa, com o tempero daquele gesto.

Era um momento de muita integração, carinho e convivência. Naqueles dias, o grito era apenas Vakamoto. Sem sacudir a mesa! Ah! Mas ainda sacode uma tremenda saudade...

* Antônio Marcos Ferreira

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