Portal O Debate
Grupo WhatsApp

Fantasmas se divertem em Belo Horizonte

Fantasmas se divertem em Belo Horizonte

19/08/2023 Bady Curi Neto

Em Belo Horizonte, uma moradora de um bairro nobre reclamou ao síndico do prédio que no apartamento do andar, imediatamente superior ao seu, estava ocorrendo uma série de festas e barulhos que a incomodavam muito.

O síndico, ao receber a reclamação desta moradora, entendeu por bem notificar o proprietário da referida unidade sobre as lamúrias da vizinha.

Ocorre que o proprietário não reside no apartamento reclamado, possuindo o imóvel para as poucas vezes que vem à capital mineira.

Para responder a notificação, o proprietário contratou um causídico, que de forma espirituosa, formulou a contranotificação nos seguintes termos:

“Inicialmente, a Contranotificante pede licença para externar o respeito que nutre pelo ilustre síndico, ante o idôneo e lídimo papel que desempenha na árdua tarefa de administrar e gerir o patrimônio e as relações condominiais, respeitando, sobretudo, o estatuto do condomínio residencial.

Em que pese a carta datada de 01 de janeiro não ser a primeira enviada pela Sra. Fulana, somente serão contrapostos os fatos nela constantes, considerando que a anterior, subscrita pela própria moradora do apto. 104, estava ininteligível e incompreensível, com redação confusa, acompanhada de uma exposição fática desorganizada.

Presume-se que responder somente a última notificação não irá trazer prejuízos aos esclarecimentos que serão prestados, já que o Contranotificado, provavelmente, traduziu as informações que lhe fora passada, verbalmente, pela ilustre reclamante.

Antes de refutar falaciosas narrativas apresentadas, importante destacar que, atualmente, não há um residente fixo no apto. 204, sendo que os proprietários, em raríssimas ocasiões, utilizam o imóvel, que permanece vazio praticamente todos os dias.

Logo, com todo respeito, o uso esporádico do apartamento, por poucas semanas no ano, dificilmente seria capaz de causar o incessante e insuportável incômodo à nobre vizinha.

Sem pretensão de transferir a culpa, ou fugir da seriedade que merece ser conferida aos perturbadores relatos constantes na notificação, importante aventar a possibilidade de as ‘algazarras’ corriqueiras no apto. 204 serem causadas por espíritos arruaceiros, que deslocam móveis de madrugada para adequar o local às suas comemorações, o que é bem provável, porquanto o apartamento não é visitado constantemente, pelo menos por pessoas vivas.

Se forem eles os baderneiros, seria injusto tecer somente críticas negativas, certo que, como advertido na notificação, costumam ‘faxinar’ de madrugada, o que indica que, após a balbúrdia realizada, a casa é arrumada.

Ainda assim, os fantasmas merecem serem advertidos, por não frequentarem apenas o apartamento 204 - que se encontra absolutamente desocupado -, eis que, de acordo com as informações daquela que reside na unidade autônoma logo abaixo, os residentes do 7º (sétimo) andar, situado a cinco andares acima da Contranotificante, também já apresentaram reclamações a respeito do mesmo barulho, o que somente seria possível se os malfeitores ocupassem, também, 8º (oitavo) piso do prédio.

E não para por aí! Outro condômino, desta vez o ocupante do 5º (quinto) pavimento, também relatou sofrer incômodos com o ruído de móveis sendo arrastados durante a madrugada, o que, logicamente, somente seria possível acaso alguém, situado no 6º (sexto) andar, estivesse deslocando os bens que guarnecem a residência.

Ora, a situação realmente é preocupante, afinal as entidades desencarnadas parecem rondar todo o prédio. Talvez seja o caso de convocar uma assembleia geral e aumentar a taxa condominial, angariando recursos suficientes para contratar o Scooby Doo e sua competente equipe, requestando que encontrem e eliminem as almas penadas que tanto incomodam os moradores.

Refletindo melhor, o Scooby Doo foi um absoluto sucesso de audiência, de modo que, certamente, seus serviços serão demasiadamente caros considerando o orçamento do condomínio. Porém, isso não pode ser motivo para encerrarmos a luta contra os paranormais.

Existem diversos outros parapsicologistas que obtiveram menos sucesso, cujo preço será inferior, como Egon Spengler, Raymond Stantz e Peter Venkman, que fizeram o filme “Ghostbusters”, conhecido nacionalmente como Os Caça-Fantasmas.

Se tais especialistas não estiverem disponíveis, basta solicitar alguma recomendação à residente do apto. 104, já que  possui maior familiaridade com assuntos paranormais, o que se verifica do excerto da própria notificação, especialmente na assertiva de que ‘a nova moradora deverá ocupar o apartamento na próxima semana’, referindo-se à unidade 102, evidenciando, assim, uma ‘previsão do futuro’, realizada por alguma vidente,  no sentido de que a porvindoura condômina irá reclamar dos supostos barulhos vindos do apartamento 204.

Por fim, visando demonstrar o interesse em conviver de forma harmônica com a vizinha, a Contranotificante informa que solicitações daquela, que soaram como exigências e/ou ordens, serão integralmente atendidas, eis que as notificações foram afixadas na geladeira, assim, quando os espíritos forem ao alcance de algumas bebidas, encontradas no interior do freezer, irão decifrar o conteúdo e, inquestionavelmente, respeitarão os anseios da querida vizinha, já que são educados, considerando que organizam e limpam o apartamento à noite, após as intermináveis festas.

Cordialmente,”

Como visto, vale o antigo ditado “assombração sabe para quem aparece.”

Tenho dito!!!

* Bady Curi Neto é advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário.

Para mais informações sobre condomínio clique aqui…

Publique seu texto em nosso site que o Google vai te achar!

Entre para o nosso grupo de notícias no WhatsApp

Fonte: Naves Coelho Comunicação



Um olhar cuidadoso para o universo do trabalho

A atividade laboral faz parte da vida dos seres humanos desde sua existência, seja na forma mais artesanal, seja na industrial.

Autor: Kethe de Oliveira Souza


Imprensa e inquietação

A palavra imprensa tem origem na prensa, máquina usada para imprimir jornais.

Autor: Benedicto Ismael Camargo Dutra


Violência não letal: um mal silencioso

A violência não letal, aquela que não culmina em morte, não para de crescer no Brasil.

Autor: Melissa Paula


Melhor ser disciplinado que motivado

A falta de produtividade, problema tão comum entre as equipes e os líderes, está ligada ao esforço sem alavanca, sem um impulsionador.

Autor: Paulo de Vilhena


O choque Executivo-Legislativo

O Congresso Nacional – reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados – vai analisar nesta quarta-feira (24/04), a partir das 19 horas, os 32 vetos pendentes a leis que deputados e senadores criaram ou modificaram e não receberam a concordância do Presidente da República.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


A medicina é para os humanos

O grande médico e pintor português Abel Salazar, que viveu entre 1889 e 1946, dizia que “o médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe”.

Autor: Felipe Villaça


Dia de Ogum, sincretismo religioso e a resistência da umbanda no Brasil

Os Orixás ocupam um lugar central na espiritualidade umbandista, reverenciados e cultuados de forma a manter viva a conexão com as divindades africanas, além de representar forças da natureza e aspectos da vida humana.

Autor: Marlidia Teixeira e Alan Kardec Marques


O legado de Mário Covas ainda vive entre nós

Neste domingo, dia 21 de abril, Mário Covas completaria 94 anos de vida. Relembrar sua vida é resgatar uma parte importante de nossa história.

Autor: Wilson Pedroso


Elon Musk, liberdade de expressão x TSE e STF

Recentemente, o ministro Gilmar Mendes, renomado constitucionalista e decano do Supremo Tribunal Federal, ao se manifestar sobre os 10 anos da operação Lava-jato, consignou “Acho que a Lava Jato fez um enorme mal às instituições.”

Autor: Bady Curi Neto


Senado e STF colidem sobre descriminalizar a maconha

O Senado aprovou, em dois turnos, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Drogas, que classifica como crime a compra, guarda ou porte de entorpecentes.

Autor: Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves


As histórias que o padre conta

“Até a metade vai parecer que irá dar errado, mas depois dá certo!”

Autor: Dimas Künsch


Vulnerabilidades masculinas: o tema proibido

É desafiador para mim escrever sobre este tema, já que sou um gênero feminino ainda que com certa energia masculina dentro de mim, aliás como todos os seres, que tem ambas as energias dentro de si, feminina e masculina.

Autor: Viviane Gago